Blog do Roberto Ventura

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Quem ganha e quem perde com a desistência de Collor?

25/09/2018 20h08
Quem ganha e quem perde com a desistência de Collor?

A decisão do senador Fernando Collor de Mello em desistir da disputa ao governo do estado pegou muita gente de surpresa. Como eu havia falado por reiteradas vezes em meus comentários pelo Rádio AG em FM 99.9, União dos Palmares, no Programa É Notícia e ecrito para alguns sites, que a situação do governador Renan Filho era e sempre foi muito confortável em relação a sua reeleição, só um acidente de percurso, um grande fato novo poderia tirar a vitória do jovem governador. Renan Filho tem feito um governo dentro do razoável, tem gerido o estado melhor que os últimos governantes.

Um dos problemas mais críticos e que envergonhava Alagoas, era a violência galopante, desenfreada, sem controle. Seu antecessor, Teotônio Vilela Filho, deixou uma herança maldita, não só em termos de violência, mas em outras áreas importantes no âmbito governamental. Alagoas detinha índices alarmantes em criminalidade, era considerado o estado mais violento do país, e hoje, o estado passou a ocupar o quarto lugar; é bem verdade que há muito por fazer.

Mas, a questão aqui é outra. Todos querem saber e se perguntam como fica o quadro em relação a eleição para o senado federal. Quem ganha e quem perde com a decisão de Collor de Mello de não mais disputar o governo do estado. Asseguro que não teremos mudanças significativas com a renúncia de Collor.

É fato, que o jovem e promissor político Rodrigo Cunha – que tem boa aceitação e penetração no eleitorado da classe mais esclarecida da população, do eleitor politizado, independente -, em nenhum momento subiu no palanque de Collor, e deu diversas declarações que jamais se juntaria com aquilo que, na opinião dele, há de mais danoso para Alagoas, para os alagoanos e para o Brasil. Rodrigo segue na mesma linha e conduta de João Henrique Caldas, Bruno Toledo, Sérgio Toledo, Davi Davino, Judson Cabral, Heloisa Helena, Pedro Vilela, Rui Palmeira, Alfredo Gaspar, entre outros. Nenhum desses acima esta ou esteve envolvido em atos de corrupção, até que se prove o contrário.

Rodrigo Cunha ganha com a desistência de Collor até mesmo porque aqueles que por maldade e interesse político vinculava o seu nome ao do velho senador, agora, isso não mais acontecerá, esse discurso cai por terra, até porque Rodrigo deu mostras durante toda sua vida pública, quer seja no Procom, quer seja na Assembleia Legislativa, de que é sim, um político sério, decente, diferenciado e trabalhador.

Sendo assim, Cunha não perde votos com a desistência de Fernando Collor, até porque nenhuma ligação tem com o ex-presidente, muito pelo contrário, tende a ganhar mais projeção, admiração e respeito dos eleitores, porque em nenhum momento se curvou ou aceitou aos encantos e propostas de grupos políticos que envergonham aos alagoanos. O jovem deputado manteve sua postura e sua palavra e, diga-se de passagem, isso é uma raridade nos dias de hoje, principalmente no mundo político.

Em relação a Benedito de Lira, esse sim, sai arranhado porque em todos os momentos e em todos os lugares esteve sempre ao lado de Collor de Mello, discursando e levando palavras de apoio à candidatura do velho senador e foi o grande mentor da candidatura dele ao governo do estado. Boa parte dos eleitores que estavam propensos a votar em Biu de Lira, irão optar por outros candidatos numa forma de represália a aliança deste, com o velho senador, o “caçador de marajás”. Além de tudo isso, De Lira perde um aliado e companheiro de campanha, no caso Fernando Collor de Mello.

Biu de Lira fica em uma situação delicada porque vai enfrenar Renan Calheiros que é e sempre foi um forte candidato - mesmo com todo o desgaste que esse possui -, e que conta com o apoio do governador Renan Filho, cerca de 80 prefeitos e de grande parte de lideranças políticas de Alagoas Entretanto, não posso e nem devo descartar e subestimar a força, astúcia e capacidade do velho e pitoresco senador Biu.

O velho cacique a política alagoana vai ter que usar todo seu poder de marketing, toda sua experiência para tentar superar o senador Renan e o jovem político e promissor Rodrigo Cunha.

É uma eleição das mais difíceis, mas com uma boa vantagem para Renan Calheiros e Rodrigo Cunha. Acredito que, se não houver acidente de percurso, Cunha ficará com uma das vagas e Renan - mesmo com todo o desgaste que enfrenta -, têm chances reais de se reeleger. Entretanto, não se pode subestimar a força política de Biu de Lira que já surpreendeu em 2010 derrotando Renan nas urnas para o senado, - conquistando o primeiro lugar na disputa.

Vale salientar, no entanto, que temos ainda como candidato, o ex-ministro Maurício Quintela, entretanto, sua candidatura não decolou até agora e, como detalhe, Mauricio está a reboque da velha raposa política chamada Renan Calheiros.

As eleições para o senado federal estão equilibradas, e até o dia da eleição muita água vai rolar por debaixo da ponte. Resumo da ópera: Rodrigo Cunha ganha com a saída de Collor, por conta de sua postura em não ceder às pressões partidárias para se aliar a Collor; Biu de Lira tem uma leve recaída, e Renan Calheiros não sofre nenhuma alteração.

Sobre o blog

Roberto Ventura: Bel. em   Ciências Sociais ( Cientista Político),   Jornalista, Radialista, Pós-graduado em Assessoria de Comunicação e Marketing, cursou Marketing Político, Ex-Arbitro de Futebol Profissional

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