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Petrobras bate recorde em Nova Iorque após condenação de Lula

Lula foi condenado por unanimidade

Por 7Segundos, com BBC Brasil 24/01/2018 20h08
Petrobras bate recorde em Nova Iorque após condenação de Lula
Petrobras - Foto: Reprodução

As ações da Petrobras na bolsa de valores de Nova York chegaram ao valor mais alto em um ano e registraram valorização maior que a da moeda criptografada bitcoin, após o julgamento do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, em Porto Alegre.

Com papel central nas investigações da operação Lava Jato, a petroleira registrava, as 15:34h desta quarta-feira (horário de Nova York), seu maior valor nos últimos 12 meses, com alta de 8,7% em relação à cotação de terça-feira. O bitcoin, enquanto isso, subia bem menos: 3,45%.

Das 25 empresas brasileiras listadas na bolsa de valores americana, 24 registravam alta após o resultado do julgamento no TRF-4, que condenou Lula por unanimidade a 12 anos e um mês de prisão por crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro ao ser beneficiário direto de parte da propina desviada de contratos da Petrobras com a empreiteira OAS e destinadas ao PT.

Bancos, empresas de telecomunicações, infraestrutura e energia puxaram os índices brasileiros na bolsa americana.

As ações da Eletrobras, cuja privatização foi prometida nesta quarta-feira pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para o primeiro semestre deste ano, registravam alta acima de 11% durante o julgamento - o maior crescimento entre as empresas brasileiras.

A Companhia Siderúrgica Nacional, por sua vez, acumulava ganhos acima de 7% na tarde desta quarta, nos Estados Unidos.

Para Kenneth Rapoza, analista de finanças da revista Forbes, "não há outra razão para as ações brasileiras subirem assim".

"O Brasil está registrando ganhos muito maiores que mercados emergentes, que China, Rússia e Índia", disse Rapoza à BBC Brasil.

"Olhando para a Petrobras, os papéis vinham registrando calmaria, mesmo quando o petróleo estava em alta, porque os investidores não têm certeza sobre os resultados de tantos processos judiciais", diz. "Agora, se Lula não puder ser eleito, acaba o medo de ele recuar nas medidas que tiraram a exclusividade da Petrobras de explorar o Pré-Sal"