Política

Lula se entrega e é preso pela Polícia Federal em São Paulo

Por 7 segundos com Exame 07/04/2018 19h07
Lula se entrega e é preso pela Polícia Federal em São Paulo
Ex-presidente diz que vai provar sua inocência. - Foto: Patricia Monteiro/Bloomberg

Após a decisão de se entregar em discurso na sede dos metalúrgicos, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi preso pela Polícia Federal na noite deste sábado (07) em São Bernardo do Campo. A Polícia não informou qual é o destino das viaturas que seguem enfileiradas transportando Lula, mas é provável que seja o aeroporto de Congonhas, já que o político deverá ser levado a Curitiba para iniciar o cumprimento de sua pena.

O ex-presidente foi condenado a doze anos e um mês de reclusão por corrupção e lavagem de dinheiro, em regime inicial fechado. Ele teria recebido, da construtora OAS, um apartamento tríplex em Guarujá (SP) como propina em troca de facilitar contratos irregulares dessa empresa com a Petrobras.

O despacho determinando a prisão de Lula foi emitido pelo juiz federal Sérgio Moro na quinta-feira. Moro deu prazo até 17h de sexta-feira para que o ex-presidente se apresentasse voluntariamente à PF em Curitiba. Mas Lula preferiu permanecer no Sindicado dos Metalúrgicos do ABC, onde iniciou sua carreira como sindicalista e político, ignorando o prazo estabelecido pelo Juiz. 

Moro proibiu que o ex-presidente fosse algemado. Também determinou que Lula cumpra a pena em uma sala reservada, já preparada pela Polícia Federal, e fique separado dos demais presos “em razão da dignidade do cargo do ocupado”.

O ex-presidente vai ficar na Superintendência da PF em Curitiba, onde estão também os alvos da Lava Jato que negociam delação premiada. O juiz avalia que não seria seguro para o ex-presidente ficar detido no Complexo Médico-Penal (CMP), penitenciária na região metropolitana de Curitiba.

A Polícia Federal disponibilizou um jato para o deslocamento de Lula entre São Paulo e Curitiba. O “Dia D” da Lava Jato, como tem sido chamado na Polícia Federal, envolve apoio da Polícia Militar para conter protestos e isolar avenidas. 

A decisão de Moro aconteceu depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) negar, na madrugada de quinta-feira (5), um pedido de habeas corpus a Lula e de o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) rejeitar embargos de declaração contra a condenação pela corte em segunda instância.

O petista lidera as pesquisas de intenção de voto para a Presidência da República na eleição de outubro, mas deve ficar impedido de concorrer por causa da Lei da Ficha Limpa, que torna inelegíveis os condenados em órgãos colegiados do Judiciário, caso da 8ª Turma do TRF-4.

Lula foi condenado em primeira instância por Moro e teve sua condenação confirmada, em segunda instância, pela 8ª Turma do TRF-4. O petista nega ser dono do apartamento tríplex a que se refere a condenação, assim como quaisquer irregularidades, e diz ser vítima de perseguição política. Lula ainda é alvo em outros seis processos no âmbito da operação Lava Jato.