Saúde

Vinho: a bebida que está entrando no cotidiano dos maceioenses

População desconhece os benefícios que ele traz à saúde

Por Marcos Filipe Sousa 20/05/2018 07h07
Vinho: a bebida que está entrando no cotidiano dos maceioenses
Andrezza se tornou uma estudiosa da bebida - Foto: Arquivo Pessoal

Você sabe o que é um Enófilo? A palavra parece ter um significado complicado, mas é simples: alguém que aprecia e estuda vinhos. Muitos maceioenses estão se tornando “enófilos”, isso porque a bebida tida na Grécia Antiga como néctar dos deuses, está entrando no cotidiano dos moradores da capital.

A jornalista Andrezza Araújo é uma dessas pessoas que estão se especializando na bebida. Ela contou que sempre apreciou vinhos e era procurada pelos amigos que pediam indicações. Hoje ela administra uma conta no Instagram, Vinho de A a Z, onde dá dicas de onde comprar e como beber.

“Tenho um namorado gaúcho, e tive a oportunidade de visitar vinícolas. Isso foi me ajudando a se aproximar da bebida”, disse.

Para Andrezza, os maceioenses possuem uma visão errada sobre o vinho. “Muitos pensam que é uma bebida cara. Em redes de supermercados populares é possível encontrar vinhos nos valores entre R$ 20 a R$ 30, e inclusive premiados”.

A jornalista ainda explicou que os alagoanos estão nas últimas colocações entre os apreciadores de vinho. “O nosso clima tropical é propício para espumantes, mas poucos sabem, pois acham que o vinho é apenas para o frio”.

Ela deu uma dica preciosa para quem desejar comprar e degustar pela primeira vez. “O paladar do brasileiro é mais para o doce, então um vinho branco ou rosé, é a melhor opção”.

A bebida do coração

O consumo leve e moderado de vinho faz bem para o coração porque aumenta o colesterol bom, o famoso HDL, e tem um efeito protetor, auxiliando na produção de óxido nítrico, que promove a dilatação das artérias e processo inflamatório de arteriosclerose.

Essas são algumas informações repassadas pelo cardiologista Marcelo Malta, quando conversamos sobre os benefícios do vinho para a saúde. Ele explicou que a bebida ainda auxilia na Interação social, no poder de decisão e no trabalho em equipe.

“Na produção do vinho existem substâncias chamadas flavanoides e resveratrol que promovem esses benefícios, juntamente com etanol. Para o homem um ou duas taças diárias, para a mulher apenas uma”, reforçou o médico.

Ele lembra que pessoas que nunca consumiram bebida alcoólica devem tomar cuidado. “O vinho deve ser evitado para quem tem níveis elevados de triglicerídeos e diabetes, assim como os dependentes alcoólicos ou que possuem essa tendência”.

Malta disse que para essas pessoas, uma segunda opção seria  suco de uva concentrado.

O que é a arteriosclerose?

A arteriosclerose é o estreitamento ou endurecimento das artérias. As artérias são tubos que levam sangue e oxigênio ao coração, cérebro e outras partes do corpo. A arteriosclerose pode começar na infância e progredir lentamente, na medida em que a pessoa cresce. Em algumas pessoas esta doença pode progredir mais rapidamente. Normalmente esta doença ocorre em pessoas maiores de 45 anos e é mais comum em homens. Depois da menopausa, as mulheres têm o mesmo risco que os homens.

A arteriosclerose é uma enfermidade que pode favorecer: AVCs, aneurismas da aorta; infarto cerebral; angina abdominal (dor) e infarto intestinal (coágulo sangüíneo nos intestinos); doença arterial coronária e arteriosclerose das extremidades.

Nas paredes das artérias doentes formam-se placas feitas de colesterol, células musculares, cálcio e tecido fibroso. Estas placas podem crescer tanto que obstruem a artéria e, como consequência, diminuem o fluxo sangüíneo. Estas placas também podem fragmentar-se e formar coágulos. Os coágulos podem bloquear o fluxo sangüíneo para outras áreas do organismo e causar sérios problemas.

Freqüentemente os sintomas não aparecem até a doença estar em estágios avançados. Os sintomas dependem do local onde ocorre a diminuição do fluxo sanguíneo e da gravidade da doença. Podem acontecer cãibras musculares de ocorrem alterações nas artérias das pernas, angina pectoris ou um ataque cardíaco se houver danos nas artérias do coração, infarto cerebral ou ataques isquêmicos transitórios se houver alteração nas artérias do pescoço e cãibras abdominais se houver alteração das artérias do abdômen.

O risco de desenvolver esta doença aumenta com pressão alta, tabagismo, diabetes, obesidade, altos níveis de colesterol LDL (colesterol ruim), baixos níveis de colesterol HDL (colesterol bom), sedentarismo e antecedentes familiares da doença.

A arteriosclerose não tem cura, mas sua progressão pode ser diminuída ou detida. Esta doença exige constante acompanhamento médico e mudanças no estilo de vida (remédios para diminuir o colesterol, modificação da dieta, perda de peso, abandonar o cigarro e aumento da atividade física).

Para prevenir a arteriosclerose é preciso não fumar, controlar os níveis de colesterol e de pressão arterial, praticar atividade física regularmente, adotar uma dieta rica em fibras e pobre em gordura, controlar o diabetes e manter peso adequado para a respectiva idade e altura.