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Paul Allen, cofundador da Microsoft, morre de câncer aos 65 anos

Por Uol 15/10/2018 20h08
Paul Allen, cofundador da Microsoft, morre de câncer aos 65 anos
Paul Allen (dir.) assiste a um jogo da NBA ao lado de Bill Gates (esq.) - Foto: Reprodução/Uol

Paul Allen, cofundador da Microsoft ao lado de Bill Gates, morreu nesta segunda-feira (15) em Seattle, nos Estados Unidos, em decorrência de um linfoma não-Hodgkin, um tipo de câncer. A notícia foi confirmada pela Vulcan Inc., empresa criada para fins filantrópicos por Allen.

"É com enorme tristeza que anunciamos a morte do nosso fundador, Paul G. Allen, cofundador da Microsoft e notável tecnólogo, filantropo, criador de comunidades, conservacionista, músico e apoiador das artes", diz o texto publicado no site da Vulcan Inc.

O empresário havia anunciado no início deste mês o retorno da doença, que ele já havia tratado em 2009. Ela é um câncer que surge nos gânglios linfáticos, os linfonodos, mesmo tipo que a ex-presidente Dilma Rousseff, o governador carioca Luiz Fernando Pezão e os atores Reynaldo Gianecchini e Edson Celulari já foram diagnosticados.

Não se sabe exatamente o que causa um linfoma. Pessoas com imunidade comprometida por causa de doenças genéticas, exposição a agentes químicos e altas doses de radiação têm mais chance de ter a doença, de acordo com estudos.

"As contribuições de Paul Allen à nossa empresa, à nossa indústria e à nossa são indispensáveis. Como cofundador da Microsoft, em sua maneira quieta e persistente, ele criou produtos, experiências e instituições mágicas e, fazendo isso, ele mudou o mundo", declarou Satya Nadella, executivo-chefe da Microsoft. "Aprendi muito dele - a curiosidade e seu impulso por altos padrões é algo que vai continuar a inspirar a mim e a todos na Microsoft. Nossos corações estão com a família e as pessoas queridas de Paul. Descanse em paz."

Antigo encarregado do cargo que hoje é de Nadella, Steve Ballmer também lamentou a morte de Allen. "Paul era uma pessoa verdadeiramente maravilhosa, brilhante e inspiradora - e um grande amigo. Vou sentir sua falta", afirmou.

Bilionário, Allen era o proprietário de Portland Trail Blazers e Seattle Seahawks, franquias esportivas da NBA e NFL, respectivamente. Além das equipes, ele criou o Allen Institute e o Allen Institute for Artificial Intelligence.

Ambos os times, além de seus jogadores, repercutiram a morte do empresário. "Que essa mente linda descanse em paz. Você será lembrado para sempre, sentiremos sua falta. Deus te abençoe, Paul", escreveu Evan Turner, ala do Portland Trail Blazers.

"Sr. Allen, obrigado. Uma mente brilhante, um coração caridoso e um legado inesquecível", escreveu Meyers Leonard, pivô dos Blazers.

"Sentimos sua falta. Te agradecemos. Te amamos", publicou o Twitter da equipe da NBA. O Seattle Seahawks, por sua vez, compartilhou uma foto com uma frase de Allen: "Enquanto trabalharmos juntos - com urgência e determinação - não há limites no que podemos conquistar."

De sua fortuna estimada em US$ 20,5 bilhões, segundo publicou a Forbes no início de outubro, Paul Allen havia doado mais de US$ 2,5 bilhões à caridade, sendo US$ 500 milhões ao Allen Institute for Brain Science, que trabalha no mapeamento do cérebro humano. O bilionário é um signatário da The Giving Pledge, iniciativa fundada por Bill Gates e Warren Buffet em 2010 e que prevê a doação de metade da fortuna de seus membros, quando mortos, a fins filantrópicos.

Ao assinar a Giving Pledge em 2010, Allen escreveu que seu comprometimento visava "enfrentar o aquecimento global, prevenir perigosas epidemias, salvar as espécies mais icônicas da Terra da extinção e restaurar a saúde dos nossos oceanos, antes que seja tarde demais".

Neste último ano de vida, Allen ainda estava envolvido com a inovação tecnológica. O empresário tinha participação direta no desenvolvimento do Stratolaunch, o maior avião do mundo cujo voo de estreia está previsto ainda para este ano.