Saúde

Na contramão do país, Alagoas registra aumento de casos de Aids em 2017

O estado registrou no ano passado, 141 casos mortes por causa básica aids

Por 7Segundos 27/11/2018 12h12
Na contramão do país, Alagoas registra aumento de casos de Aids em 2017
Em 2018, até o mês de junho, foram notificados 382 casos de HIV - Foto: Divulgação/Ministério da Saúde

O número de detecções de Aids no Brasil teve uma redução, segundo o Boletim Epidemiológico divulgado nesta terça-feira (27) pelo Ministério da Saúde. Em 2012, a taxa de detecção era de 21,7 casos por cada 100 mil habitantes e, em 2017, foram 18,3, uma queda de 15,7%.

O boletim mostra ainda que nos últimos quatro anos também houve queda de 16,5% na taxa de mortalidade pela síndrome passando de 5,7 mortes por 100 mil habitantes em 2014 para 4,8 óbitos em 2017.

Os dados divulgados apresentam uma diminuição da transmissão vertical do HIV, quando o bebê é infectado durante a gestação. A taxa de detecção de HIV em bebês reduziu em 43% entre 2007 e 2017, caindo de 3,5 casos para 2 por cada 100 mil habitantes. Em 2017, a taxa de detecção foi de 2,8 casos por 100 mil habitantes.

O país registrou 926.742 casos de Aids, de 1980 a junho de 2018. Isso significa uma média de 40 mil novos casos por ano. O número anual de casos de Aids vem diminuindo desde 2013, atingindo o número de 43.269 casos e em 2017 foram registrados 37.791 casos.

O ministério informou que o público com maior índice de infecção pelo vírus HIV. Os homens de 15 a 34 anos correspondem a 53% dos novos casos detectados de HIV.

Alagoas
Na contramão do país, o estado registrou um aumento dos casos de HIV notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), em 2017, quando comparado com o ano anterior. Foram 776 ocorrências em 2017, contra 617 em 2016.

Em 2018, até o mês de junho, foram notificados 382 casos de HIV. Ainda em 2017, foram 606 casos de Aids notificados e registrados no estado, contra 518 em 2016.

Em 2017, Alagoas registrou 141 casos mortes por causa básica aids. Em 2016, foram 150 notificações de óbitos. 

Autoteste gratuito
Para o ministério, a ampliação do acesso à testagem e a redução do tempo entre o diagnóstico e o início do tratamento são razões para a queda. O diagnóstico precoce é importante para que a pessoa com o vírus HIV não desenvolva Aids e controle o vírus no organismo com os remédios disponíveis.

Com isso, o órgão informou ainda que a partir de janeiro, também haverá na rede pública a oferta do autoteste de HIV para populações-chave.

Serão distribuídas 400 mil unidades deste tipo de teste, inicialmente como um projeto piloto nas cidades de São Paulo, Santos, Piracicaba, São José do Rio Preto, Ribeirão Preto e São Bernardo do Campo, Rio de Janeiro, Curitiba, Florianópolis, Salvador, Porto Alegre, Belo Horizonte, Manaus.

Atualmente, o autoteste de HIV já é vendido nas farmácias privadas do país, mas os resultados não podem ser utilizados para o diagnóstico definitivo. O Ministério da Saúde orienta que em caso de teste positivo o usuário busque o serviço de saúde para testes complementares.

Nas caixas de autoteste distribuído pelo SUS, haverá um número 0800 do fabricante para tirar dúvidas e dar orientações aos usuários. Este serviço funcionará 24 horas e 7 dias por semana. Além disso, o usuário pode tirar dúvidas pelo Disque Saúde 136 e no site www.aids.gov.br/autoteste.

Tratamento
Segundo o Boletim Epidemiológico, da estimativa de pessoas infectadas pelo vírus no país, 84% estão diagnosticadas e, portanto, têm conhecimento do estado sorológico.

Embora essa taxa tenha se mantido de 2016 para 2017, o índice de pessoas em tratamento aumentou, passando de 60% para 75%. Até setembro de 2018, 585 mil pessoas estavam em tratamento para Aids no Brasil. Destes, 87% estão fazendo tratamento com o remédio Dolutegravir.

A meta da Organização das Nações Unidas (ONU) para 2020 é que o percentual de diagnosticados chega a 90%. Destes, espera-se que 90% façam tratamento e que 90% também cheguem ao nível indetectável de HIV no sangue — estado de tamanha baixa na concentração do vírus que a chance de transmissão do vírus é quase nula.

O tratamento é totalmente gratuito e oferecido pelo Sistema Único de Saúde.