Política

Em entrevista à CNN, Renan Filho comenta possibilidade de lockdown

Ocupação de leitos de UTI chega a 70% na rede pública do Estado

Por 7Segundos 25/05/2020 08h08
Em entrevista à CNN, Renan Filho comenta possibilidade de lockdown
Renan Filho concede entrevista à CNN - Foto: Reprodução

Em entrevista ao Programa Novo Dia, da CNN Brasil, na manhã desta segunda-feira (25), o governador Renan Filho (MDB) disse que a possibilidade de lockdown não está descartada em Alagoas devido ao avanço do novo coronavírus (Covid-19). De acordo com o último Boletim Epidemiológico, Alagoas tem um total de 6.214 casos confirmados do novo coronavírus e 316 óbitos. Por outro lado, o governador afirmou que a eficiência da medida não tem sido comprovada na prática em alguns estados que optaram pelo mais rígido confinamento.

"A gente tem conversado diariamente com a população alagoana para apresentar essa possibilidade [lockdown] e dizer que é fundamental que as pessoas contribuam e colaborem com as medidas de isolamento social porque somente elas, nesse momento, são capazes de evitar o adoecimento ao mesmo tempo e assim colapsar a rede hospitalar. Entretanto, as medidas mais duras tomadas em algumas regiões do país não tem demonstrado na prática a elevação do isolamento social", explicou o governador.

Renan Filho aproveitou para reforçar a importância do isolamento social e da colaboração da população nesse momento em que é preciso evitar a contaminação pelo novo coronavírus e a superlotação do hospitais.

“Nós esperamos que a população colabore, porque em Alagoas estamos agindo de duas maneiras neste momento: por um lado o estado amplia a rede de oferta de saúde com novos leitos clínicos e de UTI e, por outro lado, pede ao cidadão que colabore com as medidas de isolamento social e exige alguns procedimentos como o uso de máscara.”, disse.

Com relação a criação de leitos na rede pública, o governador esclareceu que Alagoas atingiu, no último fim de semana, a marca de mil leitos exclusivos para tratar pacientes infectados pela Covid-19. A ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) chega a 70% na rede pública do Estado. Já a rede privada tem operado em sua capacidade máxima.

"Antes dessa crise, Alagoas tinha apenas na rede pública 180 leitos de UTI, nós mais do que dobramos. E um grande problema do Nordeste, diferentemente do Sul e Sudeste do país é que nas regiões mais pobres do país a rede privada de saúde é menor que a rede pública, de maneira que não há mais vagas na rede privada. Por tanto a rede pública passou a ser única porta para atender toda população", complementou o governador.

O governador salientou ainda o contraste existente em relação à oferta dos leitos clínicos e de UTI da rede pública e privada entre os estados do Sul e Sudeste com os estados do Nordeste.

“Uma grande diferença do Nordeste, diferentemente do Sul e Sudeste do país, é que nessas regiões mais pobres, a rede privada e filantrópica é menor do que a rede pública. Aqui já não há mais vagas na rede privada. Portanto o Sistema Único de Saúde (SUS) passa ser a única porta de entrada para atender toda a população, diferente do que ocorre no Sul e Sudeste”, explicou.

Cloroquina

Questionado sobre a polêmica em torno do uso da cloroquina, o governador também destacou o uso que vem sendo feito nos hospitais do estado, mas que não tem seguido as recomendações do Ministério da Saúde.

"Nós já estávamos utilizando a cloroquina em Alagoas antes da alteração do protocolo do Ministério da Saúde. Não para casos leves, porque a Sociedade Alagoana de Infectologia estabeleceu um procedimento no Estado que oferece medicamento para casos de internação hospitalar. De maneira, que nós vamos seguir utilizando a cloroquina seguindo a recomendação médica local", afirmou Renan.