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OAB defende filho de juiz acusado de extorsão e persegue advogada suspeita de corrupção

Instituição é suspeita de ter posicionamento parcial com advogados criminosos

22/06/2020 17h05
OAB defende filho de juiz acusado de extorsão e persegue advogada suspeita de corrupção

A prisão de dois advogados acusados de práticas criminosas distintas acabou levantando dúvidas sobre o posicionamento da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Alagoas (OAB/AL). A instituição é suspeita de beneficiar um advogado que é filho de um juiz, e adotar medidas rígidas contra uma advogada que também foi presa. Os crimes praticados, segundo as autoridades policiais, são de extorsão e corrupção. 

O primeiro caso é o do advogado Hugo Braga, que é acusado de chefiar uma quadrilha que extorquia reeducandos do sistema prisional de Alagoas. Ele é filho do juiz titular da Vara de Execuções Penais, José Braga Neto, que foi afastado de suas funções sob a suspeita de tráfico de influência. 

Já a advogada Shirley Fátima Duarte Oliveira de Almeida, foi acusada de pagar ao analista judiciário Gerson Roberto Silva Moura para ter agilidade em processos que tramitavam no Fórum de Paripueira. Eles foram presos pelo crime de corrupção. 

No entanto, a OAB só se posicionou em defesa do filho do juiz. Em nota, a Ordem chegou a dizer que desconhecia o caso envolvendo Hugo Braga, mesmo diante da repercussão em toda a imprensa estadual. Policiais ainda foram acusados de descumprirem a Lei ao prender a quadrilha de advogados. “Nada obstante, a Ordem destaca que a Diretoria de Prerrogativas está acompanhando todos os desdobramentos para garantir que os profissionais tenham suas prerrogativas respeitadas, bem como que lhe seja assegurado o amplo direito de defesa”, diz o texto enviado aos meios de comunicação. 

Sobre o caso de Shirley Fátima, a OAB não fez vista grossa e logo instaurou procedimento administrativo contra a advogada. “A Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Alagoas (OAB-AL) informa que está acompanhando os desdobramentos da operação realizada nesta quinta-feira com o objetivo de preservar as prerrogativas da advogada. A Ordem também informa que instaurou procedimento no Tribunal de Ética e Disciplina (TED) para colher informações acerca de eventual infração disciplinar cometida, a qual tramita em sigilo em razão do Estatuto da OAB”.

O posicionamento da OAB foi considerado parcial e não repercutiu de forma positiva para a instituição, que tem como uma das suas principais funções defender as prerrogativas dos advogados, independente de sobrenome ou padrão social. O presidente da OAB, Nivaldo Barbosa, não se pronunciou sobre os casos em questão.

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O objetivo do blog é analisar a conjuntura política na capital e no interior de Alagoas.

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