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PSDB E PP já articulam saída da base governista e apoio a eleições indiretas

18/05/2017 12h12
PSDB E PP já articulam saída da base governista e apoio a eleições indiretas

Como já era esperado, o PSDB, principal partido aliado ao governo Michel Temer (PMDB) deverá entregar seus cargos e defender a saída do presidente por renúncia ou impeachment e a realização de eleições indiretas no Congresso Nacional. O PPS também está prestes a romper e sair da base governista.

A decisão deve ser tomada hoje à tarde, e alguns líderes defendiam que apenas era preciso esperar a divulgação do áudio da gravação em que Temer apoia a compra de silêncio de delatores da Lava Jato.

O rompimento está sendo discutido pelos líderes tucanos, que deverão divulgar uma nota com a posição final ainda nesta quinta (18). O consenso que se forma é de que só isso garantirá a sobrevivência mínima do partido. O partido tem quatro ministros no governo, e um deles (Bruno Araújo, Cidades) já defendia o desembarque na noite de quarta (17).

A gota d´água, além do escândalo envolvendo diretamente Temer, foi a operação da Lava Jato contra Aécio Neves (MG) que deve deixar o comando do PSDB, pelo menos é o que os próprios aliados do senador afastado vem defendendo. Eles reconhecem que não há clima para ele permanecer no posto.

O senador afastado deixa o comando do partido, que dominava desde a campanha de 2014, na qual quase foi eleito presidente contra Dilma Rousseff (PT).

Aécio foi o principal fiador da união entre PSDB e PMDB desde o começo do governo Temer, após a abertura do processo de impeachment de Dilma no ano passado. Foi citado em inúmeras delações e tem inquéritos abertos contra si. Com a delação da JBS, acabou sua condição de continuar liderando os tucanos, o que precipitou a discussão sobre o rompimento.

O outro defensor da aliança, o senador José Serra (SP), já havia deixado o governo em que era chanceler e está se defendendo de acusações na Lava Jato. O principal candidato a assumir a liderança do partido é, ironicamente, o senador Tasso Jereissati (CE), que foi adversário histórico de Serra durante o governo Fernando Henrique Cardoso.

Se romper mesmo, como é provável, o PSDB vai defender o cumprimento da Constituição e defender eleições indiretas. Entre outros motivos, porque Luiz Inácio Lula da Silva (PT) certamente seria candidato em um momento em que as acusações na Lava Jato ainda não erodiram totalmente sua popularidade.

Com Lula candidato, o único rival tucano que poderia batê-lo, avaliam líderes, é o prefeito paulistano João Doria. Como o nome do prefeito não é consenso na cúpula do partido, que ainda gostaria de tentar apostar no governador Geraldo Alckmin (SP), que também se defende na Lava Jato, o ideal para os tucanos seria postergar o tempo político de decisões para 2018.

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O objetivo do blog é analisar a conjuntura política na capital e no interior de Alagoas.

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