Futebol

Flamengo aumenta arrecadação no estádio em 71% em relação a 2018

Clube carioca já arrecadou R$ 77,3 milhões na temporada até agora; em 2018, total foi de R$ 45 milhões

Por Terra 29/10/2019 15h03
Flamengo aumenta arrecadação no estádio em 71% em relação a 2018
Flamengo comemora classificação para a final da Libertadores - Foto: Ide Gomes/FramePhoto / Estadão

A atual temporada do Flamengo tem superado expectativas em campo e nas arquibancadas. O time está na final da Libertadores e deve fazer a melhor campanha da história dos pontos corridos no Campeonato Brasileiro. A torcida também está comparecendo em grande número e tem contribuído para o orçamento milionário com bilheterias em 2019.

O clube arrecadou até agora R$ 77,3 milhões de renda como mandante. Somente na goleada por 5 a 0 sobre o Grêmio na semifinal da Libertadores foram arrecadados pouco mais de R$ 8 milhões. Em 2018, o clube faturou cerca R$ 45 milhões com bilheteria.

Apesar da evolução, os números ainda são modestos se comparados ao orçamento de grandes times da Europa. O Flamengo deve faturar nesta temporada o total de R$ 700 milhões incluindo patrocinadores e as cotas de tevê. O Barcelona chegou a R$ 4,3 bilhões de arrecadação na temporada 2018/2019.

"A participação da bilheteria do Flamengo no orçamento é baixa se olharmos para todo o potencial que tem. O clube deveria ter pelo menos 25% do faturamento vindo do estádio", afirmou Amir Somogi, sócio-diretor da Sports Value, empresa de marketing esportivo.

A arrecadação do jogo contra o Grêmio no Maracanã foi a terceira maior da história do futebol brasileiro. A liderança desse ranking é do duelo entre Atlético-MG e Olimpia, pela final da Copa Libertadores de 2013. Na ocasião, o time brasileiro venceu por 2 a 0 e arrecadou pouco mais de R$ 14 milhões. A segunda posição da lista é partida entre Flamengo e Athletico-PR de 2013, com vitória do time carioca por 2 a 0 e renda de R$ 9,7 milhões.

Para Amir, o desafio dos clubes brasileiros está em desatrelar a bilheteria e o desempenho na temporada. "Fora do País, você vê pouca alteração. O programa de ir ao jogo na Europa é mais importante do que o resultado", disse.

Se houver menor variação, o clube conseguirá melhorar o planejamento para a temporada. "Claramente nenhum dirigente joga bilheteria lá em cima em seu orçamento porque vai depender do resultado. A saída é a venda antecipada das cadeiras. O nosso sistema é 'doente' por só lotar estádio se o clube está na ponta ou na parte de baixo. O time do meio tem dificuldade de lotar o estádio. Enquanto o Flamengo fatura R$ 77 milhões, outros clubes faturam R$ 5 milhões", comentou.

Os clubes também enfrentam o desafio de tentar equilibrar o dinheiro arrecadado nos estádios. Como o Brasil tem a moeda desvalorizada em relação ao euro, o tíquete médio de um jogo é baixo se houver a conversão. Nas partidas do Flamengo, o valor médio do ingresso é R$ 48, cerca de 10 euros. Somente Corinthians e Palmeiras possuem ingressos com preços mais altos.

"Sou contrário a qualquer ingerência estatal, qualquer controle de preço. O mercado tem que ditar as regras. Mas o clube também tem que ter consciência social. Tem que estipular parte do estádio para torcedor de menor renda, para escola pública... Tem que fazer trabalho social. Tem muito jogo com espaço vago nas arquibancadas que poderia ser ocupado por torcedor de menor poder aquisitivo", encerrou Amir.

O Flamengo deixará de faturar como mandante na final da Libertadores, que neste ano será em jogo único. A decisão contra o River Plate acontecerá dia 23, em Santiago, no Chile. Os clubes dividem a renda. No Campeonato Brasileiro, a equipe ainda fará cinco jogos em seus domínios.