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Após início promissor no CSA, Paulo Sérgio vira artilheiro do Brasil

Criado na base do Flamengo, atacante rodou o mundo antes de chegar no Azulão

Por 7 Segundos 12/10/2020 11h11
Após início promissor no CSA, Paulo Sérgio vira artilheiro do Brasil
Paulo Sérgio marcou três gols na vitória do CSA sobre o Paraná - Foto: Ailton Cruz/Gazeta de Alagoas

Uma das principais promessas do Flamengo na década passada, Paulo Sérgio nunca conseguiu ter uma grande sequência na Gávea quando subiu aos profissionais. Mais de uma década depois, a vida do atacante sofreu uma reviravolta: ele rodou por vários clubes, superou o desemprego e virou o maior artilheiro do Brasil em 2020, com 20 gols.

O garoto nascido no Rio de Janeiro começou na base do time rubro-negro com apenas nove anos e marcou mais de 180 gols. Com tanto sucesso, ele foi promovido pelo técnico Ney Franco com apenas 17 anos ao time principal.

Ele estreou no segundo tempo contra o Friburguense, fora de casa, pelo Carioca de 2007.

- Para mim foi o mundo! Um garoto nascido e criado na comunidade, Na época ganhava uns R$ 900. Subi na frente de vários atacantes que eram destaque da base - contou o atacante, hoje no Azulão, ao site da ESPN.

O primeiro gol dele foi marcado no clássico contra o Botafogo (2 a 2). Depois de entrar em campo algumas vezes, o jovem não conseguiu ter as chances que gostaria e repetir o sucesso nos profissionais.

Ele passou a alternar empréstimos com períodos nos quais não era utilizado. Ele revelou em 2015 à ESPN que chegou a ficar muito frustrado, mas não pensou em desistir do futebol.

- Quando eu era da base e via alguns jogadores treinando em separado, eu falava 'pô, tomara que eu nunca passe por isso'. Fiquei triste, se não me engano isso aconteceu duas vezes. Às vezes ficava me perguntando por que, chorava, ficava triste, falava que não era possível, pedia explicações... Só falavam que minha hora ia chegar, que ainda não estavam contando comigo, mas não me davam uma chance - recorda-se.

Depois de ser reintegrado por Dorival Jr, ele perdeu espaço no fim de 2012.

- Saí no começo de 2013, mas tinha contrato até junho. Em janeiro eu não estava na lista de quem iria pra pré-temporada e pedi para fazer um acordo com a diretoria para sair. Eu confiava em mim e precisava jogar para mostrar meu trabalho. Fiz um acordo com o Paulo Pelaipe e saí para viver minha vida e voar.

Apesar disso, ele garantiu que tem muita gratidão pelo Flamengo e não guarda qualquer tipo de mágoa do clube pelo qual torcia na infância.

Renasceu em 2020

Depois disso, atacante jogou por Operário-PR, Náutico-PE, Paraná-PR, Avaí-SC, Criciúma-SC, Estoril-POR, Dubai SC-EAU, Daegu-COR, Seongnam-COR e Fortaleza.

- Subimos para a Série B do Brasileiro e eu tinha ido bem. No ano seguinte, ele foi para a Arábia quando chegou o Rogério Ceni. Eu tinha feito gols nos amistosos e formei uma boa dupla com o Gustagol. Eu saí porque o Bonamigo me chamou e a proposta era muito boa financeiramente - contou.

Apesar de querer trabalhar mais tempo com Ceni, o atacante foi para Al-Qadisiya-ARA, mas saiu do clube em 2019.

- Eu voltei da Arábia, mas não queria ficar no Brasil. Chegaram umas propostas que não me agradaram e fiquei sem clube por alguns meses em 2018. Tem clubes que não respeitam o atleta e acham que podemos aceitar qualquer oferta. Eu fiquei seis meses em casa antes de ir ao Juventude - concluiu.