Educação

Pai de aluna denuncia coordenador de colégio particular por assédio sexual

Advogado divulgou o 'print' de uma mensagem trocada entre o educador e outra adolescente; colégio decidiu afastar temporariamente o suspeito

Por Giulianna Albuquerque 19/09/2016 15h03
Pai de aluna denuncia coordenador de colégio particular por assédio sexual
- Foto: Arquivo Pessoal

O advogado criminalista Welton Roberto, pai de uma adolescente estudante da rede privada de ensino em Maceió, denunciou, através das redes sociais, nesta segunda-feira (19), o coordenador do ensino médio, do Colégio Contato Farol, identificado por Washington Freitas, por assediar sexualmente sua filha, uma adolescente de 16 anos, e, inclusive, outras alunas, pessoalmente e através de mensagens trocadas pelas redes sociais. 

O caso foi descoberto pelo pai da adolescente, que visualizou diálogos entre alunas e o educador, nas redes sociais, após a repercussão de um comentário racista na publicação na foto de uma adolescente que se encontrava em trajes de praia. Em uma das conversas trocadas com uma das adolescentes, Washington faz comentários de cunho sexual acerca de um short que a aluna usava e, em outra conversa, o coordenador chega a convidar a adolescente para ir à sua sala. 

Segundo o pai "o coordenador de ensino médio desta escola fez um comentário pra lá de racista em uma foto de uma adolescente que se encontrava em trajes de praia. Repercussão nas redes e a bomba me chega. Achei absurdo e já iria na escola conversar com " o dono" de lá pra mostrar a ele que um educador não pode ter este tipo de atitude racista, seja lá qual for a explicação dele. Mas a coisa era muito pior. Muito pior do que tudo isso. Descobri que o cidadão tem o costume de "assediar" as alunas, ESSAS MESMO QUE ELE DEVIA ORIENTAR E PROTEGER, com comentários sobre as partes íntimas delas, inclusive enviando mensagens maliciosas as mesmas", desabafa. 

Através de diversos 'prints' tirados das conversas, Welton afirmou que irá se juntar aos pais das outras adolescentes e encaminhar ações criminais e cíveis contra o coordenador de ensino. "Minha filha Bia foi vítima deste cidadão, soube disso agora há pouco. Ela envergonhada ainda não me contara com medo da minha reação. E ela estava certa. A vontade primitiva que me deu foi de invadir a escola e fazer aquilo que um "cabra safado" como esse merece, ensinando a este senhor de mais de 50 anos que respeito é o primeiro ponto quando se trata da educação com ADOLESCENTES de 14 a 17 anos. Contive-me. Não foi fácil, confesso. A raiva e o ódio tomaram conta de mim, tentei me acalmar por várias vezes e consegui. Todos que me acompanham e me conhecem sabem do amor, carinho e veneração que tenho pelos meus filhos", complementa. 

Welton declarou à nossa equipe de reportagem que, além de enviar mensagens para as adolescentes, o coordenador de ensino mantinha um relacionamento sexual com uma menor de 16 anos. Na instituição de ensino, as adolescentes eram 'agarradas por trás' pelo coordenador, tinham suas bundas acariciadas e afirmava que não conseguia trabalhar com as 'bundas gostosas' passando na sua frente. 

Procurado pela equipe de reportagem do 7Segundos, o Colégio Contato emitiu uma nota decidindo afastar temporariamente o coordenador. Segundo a nota, a instituição de ensino rejeita qualquer atitude discriminatória e ilegal, e qualquer colaborador que cometa uma infração, fora ou dentro do ambiente da empresa, a partir do momento que a outra parte se sinta prejudicada, deverá ser acionado pelas formas legais.

Confira a nota na íntegra: 

O Contato vem por meio deste pronunciar-se acerca dos comentários feitos por meio das redes sociais.

A direção busca nortear, permanentemente, ações educacionais isentas de qualquer tipo de discriminação racial, religiosa, linguística e atitudes que possam causar constrangimento uma vez que nosso principal eixo de aprendizado é o convívio coletivo harmonizado entre os alunos, os colaboradores, os pais e toda a comunidade.

É com essa base sólida de conhecimento e disciplina que há 23 anos somos referência no cenário educacional de Alagoas buscando contribuir com a formação do aluno no convívio social, aprendendo a conviver e respeitar as diferenças.

Hoje, sabemos que o cenário digital tem uma enorme dimensão e que as consequências que um comentário pode causar são de inteira responsabilidade de quem o proferiu. Essa é uma preocupação constante da escola, que realiza ações para conscientização do meio online, tais como: palestras, reunião de pais, debates entre pais e alunos sobre o uso de redes sociais, para que nossa comunidade possa encarar esse ambiente com a responsabilidade necessária.

A empresa gostaria de deixar exposto que rejeita qualquer atitude discriminatória e ilegal, e qualquer colaborador que cometa uma infração, fora ou dentro do ambiente da empresa, a partir do momento que a outra parte se sinta prejudicada, deverá ser acionado pelas formas legais.

Sobre as acusações em questão, a empresa não foi notificada a respeito e irá acionar as partes para esclarecer os acontecimentos e se posicionar de forma justa. Por enquanto, diante do que foi exposto, a instituição decidiu afastar o colaborador de suas atividades para preservar a integridade de nossos alunos, que sempre foi a nossa prioridade.