Na manhã desta sexta-feira (23), a Rádio Gazeta AM deu continuidade à sabatina com os candidatos a prefeito de Maceió em 2016. Rui Palmeira (PSDB) foi o quarto entrevistado a apresentar as propostas para melhorar a cidade. Candidato à reeleição, o atual prefeito da capital alagoana afirmou, nos primeiros minutos da entrevista, que assumiu a gestão municipal em um momento de “muita dificuldade”, mas que, independentemente disso, “arregaçou as mangas” e trabalhou com o disponível.

Ele também fez um breve resumo das principais mudanças e obras que Maceió teve nos últimos anos, a citar: implantação da faixa azul – melhorando a mobilidade dos usuários do transporte público – e revitalização de praças e construção de novas creches. Como um dos seus projetos principais, Rui falou que, se for reeleito, pretende revitalizar a Lagoa Mundaú com serviços de saneamento, habitação e iluminação por meio do projeto “Maceió De Frente Para a Lagoa”.

SAÚDE

Palmeira disse que a Saúde é o maior gargalo do município e que o governo federal deixou de financiar a área há muito tempo. “Maceió coloca recursos próprios. Os problemas existem e não são poucos. Mas, de 2013 para cá, garantimos a construção de 11 novas unidades na capital. Até o fim do ano serão mais 40 reformadas”, informou. 

Ele admitiu que ainda existam postos fechados, mas ressaltou a construção das UPA’s do Benedito Bentes e Trapiche. “O recurso chegou em 2010, mas o ex-prefeito não se mexeu para construí-las. Maceió era a única capital do Brasil sem UPA e elas funcionam muito bem. Queremos trazer mais uma unidade para a região do Jacintinho, porque entendemos a importância daquele bairro”, falou. 

Questionado por um ouvinte sobre a demora na marcação de consultas e exames pelo SUS, Rui lamentou, mas ressaltou que, atualmente, a oferta de exames e consultas no município é menor que a demanda. Ele também respondeu que, se for novamente eleito, vai aperfeiçoar o modelo de gestão do PAM Salgadinho e colocar ele integralmente à disposição da população.

EDUCAÇÃO

Rui Palmeira teceu críticas à gestão do ex-prefeito Cícero Almeida (PMDB) e falou que encontrou a Educação sucateada e com um Índice de Educação Básico (IDEB) estagnado. Ele enfatizou estar preparado para reconstruir escolas em tempo integral, mas também falou, em contrapartida, que nem todas as unidades estão preparadas para receber esse modelo de educação porque possuem limitações espaciais. 

“Vamos construir dois grandes Centros de educação integral, um no Jacintinho, e outro no Village Campestre, com ginásio, quadras, piscinas”, destacou. Palmeira reconheceu ser importante atualizar o quadro de servidores públicos do município e informou que uma Comissão já foi montada para organizar e dar andamento ao concurso público da Educação. O edital, segundo ele, será lançado ainda este ano. 

TRANSPORTE PÚBLICO, INFRAESTRUTURA E SANEAMENTO

Sobre o tema mobilidade urbana, o político lembrou que, durante os anos de gestão, priorizou o transporte público – principal meio de transporte do maceioense, por meio da reforma de 20 terminais de ônibus, licitação para aquisição de veículos novos e faixa azul. “Tivemos um enfrentamento muito grande no começo, mas, quando temos convicção, sabemos que é importante e não recuamos. A faixa azul beneficia, todos os dias, 300 mil maceioenses. Maceió era considerada a pior cidade em transporte público do Nordeste, mas conseguimos licitar depois de anos e anos de promessas”, lembrou. 

Ainda sobre o mesmo exposto, o prefeito também recordou que, se for eleito, deve implantar o programa “Nova Maceió”, que vai pavimentar e sanear mais de 600 ruas em bairros como Santa Lúcia, Cidade Universitária e Gama Lins. O custo total do projeto é de R$250 milhões de reais. Questionado sobre o tema Saneamento, o gestor foi enfático ao afirmar que a Casal já não se sustenta ao oferecer serviços poucos satisfatórios.

“A responsabilidade de saneamento é da Casal, mas ela não tem qualquer condição de continuar. A gente já judiscializou essa abriga. A empresa não cumpre o contrato. Precisamos discutir isso”, ordenou. 

Em relação aos meios de transportes alternativos, Palmeira resumiu o seu discurso dizendo que é a favor da regulamentação do aplicativo “Uber” e que não visualiza a motocicleta como meio de transporte por se tratar de um veículo perigoso. “Existe uma lei municipal que veta o Uber. A gente vai ter que fazer uma discussão ampla. Acho que precisa de regulamentação, mas não quero gerar conflito”. “Eu não entendo a moto como meio de transporte, mas podemos, também, avaliar a regulamentação, mas de maneira cautelosa”, emendou. 

MEIO AMBIENTE

O Parque Municipal, considerados um dos locais ao ar livre mais visitados por crianças e turistas em Maceió, foi citado por Rui Palmeira nesta área. “Encontramos ele abandonado, mas revitalizamos. Hoje em dia, o parque recebe milhares de pessoas todos os meses. As grandes praças também foram arborizadas”, destacou. 

Sobre a situação em que se encontra o Riacho Salgadinho, considerado um dos maiores problemas da capital alagoana, o candidato do PSDB disse que vai criar estações elevatórias para bombear a água daquele local para o emissário submarino, além de construir um “jardim filtrante”. 

PARDAIS ELETRÔNICOS, ILUMINAÇÃO PÚBLICA E IPTU

Uma das medidas mais criticadas durante a sua primeira gestão foi a implantação dos pardais eletrônicos em avenidas de Maceió. Considerado um tema desconcertante, Rui se mostrou tranquilo ao debater o assunto e ressaltou ser a favor dos equipamentos porque, de acordo com ele, trazem benefícios ao pedestre e também ao condutor, reduzindo o número de mortes e vítimas no trânsito. 

“Ser gestor é também tomar medida considerada impopular. Nos 40 dias que os radares foram colocados, nenhuma morte foi registrada. Nós não temos radares escondidos, toda a imprensa sabe onde estão eles. São medidas necessárias que visam diminuir o número de acidentes fatais. É a forma mais eficaz de fiscalização o trânsito”, argumentou. 

Questionado sobre a reclamação dos contribuintes em relação aos altos valores do IPTU e taxa de iluminação pública, Palmeira disse que o aumento seguiu a inflação e que não concorda que todos paguem um mesmo valor para a manutenção da cidade. “Enviamos um projeto de lei para a Câmara e conseguimos isentar 60 mil famílias carentes. A taxa de iluminação pública é calculada a partir do consumo. Você paga o que consome. Se você consome pouco, paga pouco. Se consome muito, paga muito. Aumentamos a nossa receita e temos levado iluminação a LED em vários pontos da cidade”, amenizou.