Cultura

Maceioenses podem receber intercambistas para trabalho voluntário na capital; veja como!

Por Mariane Rodrigues *estagiária com Mariane Rodrigues *estagiária 15/12/2016 10h10
Maceioenses podem receber intercambistas para trabalho voluntário na capital; veja como!
Intercâmbio

O intercâmbio tornou-se uma prática comum para quem quer aprender um novo idioma, fazer um curso em outro país ou vivenciar uma cultura diferente. Uma alternativa mais acessível financeiramente, o programa é escolhido em sua grande maioria por estudantes que desejam angariar seu currículo profissional. Mas viajar para outro país por meio de um intercâmbio há tempos deixou de ser somente um facilitador para a formação de um acadêmico. Hoje, ele também é utilizado para trabalhos voluntários e sociais.

O intercâmbio social ou voluntário permite a troca de hospedagens por pessoas de nacionalidades diferentes, com o objetivo de realizar na localidade de destino um trabalho em comunidades carentes de forma humanitária, sem fins lucrativos. E não é preciso muito. Para quem deseja receber alguém em casa, é necessário apenas fornecer cozinha, um local para que o intercambista possa dormir e guardar seus pertences, e acesso à internet. 

Em Maceió, uma Organização Não Governamental (ONG), a AIESEC, auxilia alagoanos que desejam realizar projetos sociais em outros países, muitos da América do Sul e também da Europa. Em troca, a organização, que atua internacionalmente, também dá assistência para os que desejam vir para o Brasil. A AIESEC em Maceió busca pessoas que aceitem receber voluntários de outros países em suas casas. A partir do final deste mês de dezembro, chilenos, argentinos e europeus chegam à capital alagoana para desenvolver atividades filantrópicas para crianças e comunidades carentes.

Para o coordenador da ONG em Maceió, Rodrigo Rolim, que já fez intercâmbio e já recebeu intercambista em sua casa, a vantagem da troca é a de poder ter contato com outro idioma e outra cultura sem sair de casa, além de ajudar em um projeto social que beneficia pessoas carentes do local onde vive. 

Rodrigo Rolim recebeu uma suíça em sua casa. Ele conta que a recepção, não só o ajudou a treinar o inglês, como também a seu pai. “A princípio meu pais não gostaram da ideia, porque não é fácil receber um estranho. Mas foi uma boa experiência tanto pra mim quanto pra eles. conversamos muito sobre nossas culturas e a diferença da suíça com o Brasil. Achei gratificante, porque na correria do dia a dia a gente não consegue fazer algo de relevante para a nossa cidade ou trabalhar em uma ONG, mas se você põe alguém na sua casa que está fazendo isso voluntariamente, acho que preenche um pouco desse espaço que a gente tem”, expõe o intercambista. 

Como receber? 

A pessoa que deseja receber um intercambista em casa pode entrar no site da AIESEC (clique aqui)  e preencher um formulário de inscrição. Rodrigo Rolim explica que o processo de seleção é confiável. O intercambista passa por uma série de entrevistas pela AIESEC do local de origem e do local de destino. 

O perfil do intercambista também é traçado para que ele seja enviado a uma casa de família compatível. O morador tem a oportunidade de analisar as características do estrangeiro, e escolher alguém que fale o idioma que deseja treinar e optar pelo sexo feminino ou masculino. A família que recebe o voluntário poderá conversar com ele dias antes da chegada para alinhar as regras da casa. 

“Tudo é alinhado. A família tem a chance de explicar sua tradição, o que gosta ou o que não gosta”, explica o coordenador. 

Como fazer um intercâmbio? 

Apesar de ser mais acessível economicamente, um dos obstáculos para alguém que quer fazer intercâmbio é ter dinheiro suficiente para o projeto. Isso porque o intercambista terá que custear passagens, necessidades básicas e um seguro viagem, que corresponde a um seguro saúde. Apesar de ser uma instituição filantrópica, a AIESEC também pede o custeio da taxa de administração, que são os gastos com a organização para dá assistência ao intercambista.

A dúvida de quem tem interesse para viajar para outro país é: como economizar e juntar dinheiro? A organização possui um setor financeiro que dá dicas e faz comparação de gastos e preços do país onde o interessado vive e para onde ele quer ir. 

“O custo diário pode ser menor em comparação com que a gente gasta durante a semana aqui em Maceió”, afirma Rodrigo Rolim. “ Morei em Medellín [Colômbia], fiz as contas, e gastava de 75 a 80% do que gastava em Maceió, então já economizei”, conta. 

Para que o intercambista se previna e não seja impactado pelas diferenças culturais, a organização explica como o intercâmbio funciona, quais são os projetos sociais que serão executados na viagem, oferece dicas de comportamento, ajuda a conseguir casas para ficar, além de promover encontros entre intercambistas de primeira viagem com aqueles que já participaram do programa.

“Temos um seminário de preparação para viagem, onde damos conselhos, organizamos o projeto, damos dicas da cultura local, como funciona para pegar o ônibus, por exemplo. Há um contato da pessoa interessada com um intercambista do país que ela deseja para que não haja tanta surpresa”, afirma. 

Para saber mais sobre o projeto desenvolvido pela AIESEC, o interessado pode entrar em contato no telefone (82) 3021-0921. A sede da organização fica localizada na Av. T. Industrial Cícero Toledo, dentro da Faculdade de Administração e Negócios (FAN), no estacionamento do Jaraguá, em Maceió.