Alagoas

Movimento Via do Trabalho se reúne com Iteral e discute desocupação da Usina Guaxuma

Trabalhadores reivindicam a desapropriação de terras e sentem-se ameaçados em acampamento

Por 7 Segundos com assessoria com 7 Segundos com assessoria 11/01/2017 06h06
Movimento Via do Trabalho se reúne com Iteral e discute desocupação da Usina Guaxuma
Movimento Via do Trabalho se reúne com Iteral e discute desocupação da Usina Guaxuma - Foto: Divulgação

Lideranças do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Livremente Associados (Via do Trabalho) estiveram, nessa segunda-feira (9), na sede do Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas (Iteral), para dialogar sobre as terras da Usina Guaxuma, cujo processo encontra-se em tramitação.

O diretor-presidente Jaime Silva ressaltou que a área precisa ser imediatamente desocupada. “Na primeira semana útil de fevereiro, as lideranças deverão apresentar a lista com os dados dos proprietários e o Iteral verificará se essas pessoas se enquadram nas regras do crédito fundiário. Nessas terras, também tem a situação de algumas famílias que possuem questões trabalhistas e a massa falida da usina precisa se posicionar e resolver. E enquanto a área não for desocupada, o processo ficará parado, porque tem pessoas alheias que estão interferindo e querem se beneficiar”, explicou.

Na ocasião, também foi denunciado o clima de insegurança no Acampamento Pedra, localizado no município de Junqueiro, composto por 30 barracos. No último fim de semana, homens armados estiveram no local e os agricultores afirmam que eles deram tiros para amedrontar, incendiaram as estacas, soltaram animais e tem realizado a destruição da mata. O agricultor José Silva Madeiro, 52, mora no acampamento há dois anos e registrou o boletim de ocorrência.

“Na sexta, eles deram até cinco da tarde para a gente retirar o gado e se não fizesse, seria tirado na marra. Então, foram lá, tocaram fogo nas estacas, soltaram o gado e estou com seis bezerros desaparecidos”.

O encontro ocorreu com uma comissão formada por 20 trabalhadores rurais, que foram acompanhados pelo coordenador estadual no movimento, Jorge Antônio dos Santos, e o coordenador nacional Marcos Antônio da Silva (conhecido por Marrom), que exigiram a investigação das autoridades policiais. A Via do Trabalho atua no Estado de Alagoas desde 2005, presente em 50 municípios, possui atualmente 20 assentamentos e uma média de 35 acampamentos.

Intermediação

O presidente do Iteral entrou em contato com a Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP) para tomar as providências cabíveis, e ainda, dará conhecimento ao Comitê de Mediação de Conflitos Agrários do Estado de Alagoas. Outra providência foi a articulação de uma reunião com representantes do Grupo João Lyra, Gabinete Civil, lideranças do movimento e o Gerenciamento de Crises da Polícia Militar.