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Para Organização Internacional do Trabalho, desemprego eleva risco de tensões sociais no Brasil

Por Veja com Estadão Conteúdo 13/01/2017 12h12
Para Organização Internacional do Trabalho, desemprego eleva risco de tensões sociais no Brasil
Manifestantes atacam o prédio da Fiesp, em dezembro: segundo a OIT, o mal-estar social pode ser medido pelo número de greves e manifestações de rua - Foto: Paulo Whitaker/Reuters

Os índices de insatisfação social no Brasil estão entre os que mais crescem no mundo. Os dados fazem parte do informe sobre desemprego da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Se no mundo essa taxa aumentou em média 0,7 pontos, numa escala de zero a cem, no Brasil o salto foi de 5,5 pontos.

“Trata-se de um dos maiores aumentos do mundo em 2016”, disse o economista-sênior da OIT, Steven Tobin. Segundo ele, uma das formas de medir esse mal-estar social é o número de greves, manifestações de rua e protestos.

Entre 2015 e 2016, o Brasil passou de 25 pontos para 30,5. A média mundial ficou em 22 pontos.

Para a OIT, a onda migratória, a insatisfação popular e as tensões sociais no mundo estão intimamente relacionadas a essa realidade no mundo do trabalho. “As incertezas globais e a falta de trabalhos decentes estão na base do descontentamento social e na migração”, alertou a entidade em seu informe.

Entre 2009 e 2016, a parcela da população com idade de trabalhar migrando de suas regiões foi elevada, principalmente nos países árabes e latino-americanos. Na América Latina, 30% da população indicou que está disposta a abandonar seus países.

A previsão da entidade é de que, diante desse cenário, a onda migratória não perderá força nos próximos anos.