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Mais de 700 PMs do Espírito Santo são indiciados por crime de revolta

Polícia diz que nº de responsabilizados deve ser ainda maior e secretário afirma que será necessário reconstruir a PM; pena pode chegar a 20 anos de prisão

Por Estadão Conteúdo 10/02/2017 11h11
Mais de 700 PMs do Espírito Santo são indiciados por crime de revolta
Polícia diz que nº de responsabilizados deve ser ainda maior e secretário afirma que será necessário reconstruir a PM; pena pode chegar a 20 anos de prisão - Foto: Reprodução/ Internet

Após o fracasso nas negociações com policiais militares do Espírito Santo, o governo capixaba decidiu endurecer com os PMs e com as mulheres líderes do motim. No total, 703 policiais militares já foram indiciados por crime de revolta, que é um motim realizado por PMs armados. A pena prevista para os policiais envolvidos pode chegar a 20 anos de prisão. As mulheres líderes do movimento também serão responsabilizadas pelos custos com a mobilização das Forças Armadas e da Força Nacional de Segurança.

"Está iniciado o processo de responsabilização, tanto no aspecto militar quanto criminal", declarou o secretário estadual de Segurança Pública do Espírito Santo, André Garcia.

Ele concedeu entrevista coletiva acompanhado dos comandantes da Polícia Militar, coronel Nylton Rodrigues, da Polícia Civil, Guilherme Daré, e de outras autoridades.

Rodrigues disse que "com certeza" o número de PMs indiciados "irá aumentar muito" ao longo do dia. Ele ressaltou que a maioria dos envolvidos são policiais de início de carreira. A patente mais alta já identificada é de subtenente. O coronel explicou ainda que todo crime que envolve policial militar e que é punido com mais de dois anos de prisão é automaticamente expulso da corporação.

"Criamos uma força-tarefa na Corregedoria para dar celeridade, com isenção e sem perseguição, nos procedimentos", declarou André Garcia. "Quem for indiciado daqui para frente, ou for iniciado um processo administrativo, terá seu ponto cortado desde sábado. Do sábado para frente, a folha da Polícia Militar está bloqueada."

Os PMs também não terão férias no momento. "Estão suspensas as férias porque estamos diante de um quadro configurado como crime, motim."