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Por causa de língua suja na orla, ambulante perde clientes e relata prejuízo

Por 7 Segundos 04/04/2017 07h07
Por causa de língua suja na orla, ambulante perde clientes e relata prejuízo
Ambulante grava momento em que esgoto deságua no mar - Foto: Reprodução/ Cortesia

O mau cheiro e a sujeira provocada por uma língua suja tem incomodado e causado prejuízo aos ambulantes que trabalham na Orla de Ponta Verde, em Maceió. Um vídeo registrado neste domingo (03) por um trabalhador na praia, mostra o esgoto desaguando no mar, em um trecho da orla que fica na Rua Hélio Pradines, em frente ao antigo estabelecimento da Família Juliano e o banco Santander.

Em contato com o portal 7 Segundos, o ambulante Oziel Silvestre da Silva, que aluga cadeiras e vende churrascos no local há 33 anos, informou que se sente prejudicado, visto que, por causa da língua suja, o mau cheiro tomou conta das proximidades e isso tem afastado os clientes. O lucro tem caído, e por conta deste problema, as taxas que paga à prefeitura estão em atraso.

“Pago uma taxa de R$ 313 para o ponto e devo quase R$ 2 mil à prefeitura, porque a gente não consegue alugar cadeira por causa de esgoto. Em Maceió parece que não tem ninguém para vê isso. Estamos trabalhando só sábado e domingo, porque dia de semana não dá para trabalhar dessa forma. E trabalhar somente fim de semana não dá para pagar uma taxa de R$ 313”, expõe o ambulante.

“Eu ajudo meu pai na praia e há alguns meses este esgoto está por aqui, com mau cheiro horrível e a gente não sabe mais o que fazer. Ninguém resolve nada”, reclama a filha do ambulante, Emanuelle Alves da Silva. 

Oziel Silvestre ganhou o terceiro lugar por ocupar um dos espaços mais limpos da orla de Ponta Verde. Ele afirma que o IMA (Instituto do Meio Ambiente) o presenteou com 10 cadeiras e sombrinhas, por seu desempenho no projeto Desafio Praia Limpa. “Agora eu não sei o que faça com as sombrinhas  do IMA, porque coloca-las perto de uma situação dessa, não sei nem se é bom”, diz.

Segundo Oziel, ele mesmo orienta os clientes e seus filhos a não entrar na água, devido à poluição. Ele afirma ainda que se sente envergonhado em trabalhar no ambiente.

“As vendas estão quase em zero. Só os amigos meus que ficam nas barracas. A maioria dos meus clientes têm filhos, eu fico até com vergonha de alugar sombrinha num lugar desses. Porque se fosse filho meu, eu não deixava tomar banho. O que não quero para mim, não quero para os outros. Eu mesmo estou alertando para os meus clientes não entrar na água”.

Confira video gravado no domingo:

7 Segundos entrou em contato com o Instituto do Meio Ambiente (IMA). A Gerência de Monitoramento e Fiscalização do órgão, por meio de assessoria de imprensa, informou que a responsabilidade pela gestão de águas pluviais é da prefeitura municipal de Maceió e, por isso, duas notificações serão enviadas nesta terça-feira (4). Uma à Casal (Companhia de Saneamento de Alagoas) e outra à prefeitura.

“A primeira para a prefeitura apresentar um relatório técnico com o diagnóstico e plano de ação corretivo de combate às ligações clandestinas nas galerias de águas pluviais nos bairros da Pajuçara, Ponta Verde, Jatiúca e Cruz das Almas. A segunda para a Casal encaminhar um relatório circunstanciado contendo o diagnóstico, histórico de ocorrência de extravasamento nas tubulações de esgoto e plano de ação corretivo na bacia da Pajuçara”, informou em nota.

Segundo o órgão, as causas só poderão ser confirmadas a partir das informações destes relatórios enviados pela prefeitura e Casal. No entanto, o IMA ressaltou, que o aumento de volume de água nas galerias pluviais também pode ser provocado por chuvas.

O 7 Segundos entrou em contato também com a Secretaria de Desenvolvimento Territorial e Meio Ambiente de Maceió para saber o posicionamento do município referente ao problema. A assessoria informou que os fiscais da secretaria irão ao local para atender as diligências e que uma nota com mais detalhes será enviada posteriormente.  

Veja vídeo gravado há um mês, segundo o ambulante: