Trânsito

Cerca de 70% dos caminhoneiros trabalham de forma irregular no país

A operação fez parte da Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho (Canpat), feita neste mês de abril, e do movimento Abril Verde, que teve como tema Conhecer para Prevenir

Por 7 segundos com agências 27/04/2017 16h04
Cerca de 70% dos caminhoneiros trabalham de forma irregular no país
Caminhão capotou em Junqueiro - Foto: Cortesia

Excesso de jornada, falta de descanso, trabalho sem registro em carteira e fraudes no seguro-desemprego foram algumas situações flagradas pelo Ministério do Trabalho durante a fiscalização do setor de transporte nas rodovias do país. Segundo a pasta, 70,37% dos caminhoneiros abordados estavam trabalhando irregularmente.

A Secretaria de Inspeção do Trabalho do ministério priorizou na campanha Abril Verde deste ano as atividades do setor de transporte, que tem sido um dos destaques negativos em acidentes de trabalho, principalmente o transporte rodoviário. Em 2013, o setor foi responsável por uma taxa de mortalidade de 30,28%, um indicador 4,6 vezes maior do que a taxa nacional no ano, que foi 6,53%. O setor rodoviário de cargas concentra o maior número de mortes no segmento de transporte, em média, 15% das mortes do setor ocorrem com motoristas de caminhão.

Para o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, no caso dos motoristas de caminhões, além da própria vida e saúde, colocam em risco a vida de outras pessoas. “Os casos de informalidade e com jornada exaustiva reduzem a capacidade do próprio trabalhador de conduzir o veículo. E os riscos são iminentes”, disse.

Além dos danos individuais, existe ainda um impacto social dos acidentes de trabalho, pois o  trabalhador  muitas vezes é surpreendido por um acidente de trabalho ou tendo a saúde afetada, e acaba indo para a Previdência Social, que precisa amparar esse trabalhador.

Segundo o ministério, estima-se que os gastos e despesas relacionados a acidentes e doenças de trabalho atinjam 4% do Produto Interno Bruto (PIB), o que totalizaria, somente em 2016, valores superiores a R$ 200 bilhões ao ano. Nesse montante estão despesas do Sistema Único de Saúde e com benefícios previdenciários, além de despesas e gastos de empregadores por conta de dias parados, perda de produtividade e ações de ressarcimento. O equivalente a 7 milhões de dias de trabalho são perdidos a cada ano.

Dados de 2010 a 2014 revelam a ocorrência média anual de 710 mil doenças e acidentes de trabalho, que resultam em 15 mil incapacitações permanentes e mais de 2,8 mil mortes. Ou seja, um acidente a cada 44 segundos, uma incapacitação a cada 30 minutos e uma morte a cada 3 horas nos locais de trabalho do país.