Educação

Mães de estudantes denunciam superlotação em transporte escolar na capital

A principal suspeita da superlotação é atribuída ao atraso nos salários dos motoristas que estão deixando de trabalhar

Por 7 Segundos 03/05/2017 18h06
Mães de estudantes denunciam superlotação em transporte escolar na capital
Mães de estudantes denunciam superlotação em transporte escolar na capital - Foto: Reprodução

Estudantes alagoanos que dependem dos ônibus escolares diariamente para ter acesso ao ensino público, estão enfrentando problemas durante o percurso para os locais onde tem aula. Na manhã desta quarta-feira (3),  uma mãe denunciou as más condições enfrentadas pelos filhos na viagem de ida a uma escola em Maceió.

Nas fotos enviadas ao 7 segundos é possível notar cadeiras ocupadas e o corredor do coletivo lotado de gente. O problema não é enfrentado apenas por adolescentes, mas também por uma parcela de crianças que passam por diversos problemas todos os dias.

Uma mãe que não quis se identificar disse que se preocupa com a saúde dos filhos que muitas vezes fazem o percurso em pé sem nenhuma segurança e acabam correndo risco grave caso haja acidentes . ( Relembre o acidente envolvendo dois ônibus escolares em São Sebastião) 

"Sempre foi assim, lotado. No momento percebo que o número de crianças tem aumentado nas viagens. Hoje mesmo, achei que o ônibus não iria sair do lugar de tanto peso” expõe a mãe.

Segundo um dos motoristas que preferiu não se identificar com medo de represálias, o ônibus em que trabalha faz viagem com 80 estudantes, sendo 50 sentados e 30 em pé todas as manhãs. Para tentar solucionar o problema o motorista chegou a pedir a Secretaria de Educação do Estado para colocar outro ônibus, mas não obteve resposta.

Salários atrasados

As más condições não são enfrentadas apenas pelos estudantes. Ainda de acordo com o motorista, o número de trabalhadores que fazem as viagens por uma cooperativa tem caído por conta do atraso dos pagamentos.

O homem que já trabalha há um ano com transporte escolar disse que esse ano só recebeu salário em janeiro e fevereiro. “Eu continuo trabalhando, pois é meu emprego, mas quando cobro o salário tenho medo, alguns motoristas já foram demitidos” avisa.

De acordo com o motorista essa situação vêm se repetindo com muitos de seus colegas que deixaram de trabalhar em Maceió e por isso os ônibus que fazem o transporte não estão suprindo a demanda de estudantes.

A estrutura dos ônibus também vai de mal a pior. A revisão nos veículos é realizada pelos motoristas e como há atraso no pagamento dos salários os custos da manutenção não são quitados. Segundo o motorista se ocorrer um problema com um pneu do ônibus o valor pode chegar a R$ 1.600, e por isso fica difícil arcar com o reparo.

A assessoria da Secretaria de Educação informou que liberou o valor das meses anteriores para a Cooperativa que não teria repassado o dinheiro para os motoristas cadastrados.