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[Vídeo] Muro de contenção cede e coloca em risco segurança de banhistas na orla

Por 7 Segundos - Maceió 18/05/2017 12h12
[Vídeo] Muro de contenção cede e coloca em risco segurança de banhistas na orla
No local uma vala se abriu comprometendo a mobilidade dos banhistas - Foto: Marcos Kromos/ 7 Segundos

População e comerciantes que trabalham na orla de Ponta Verde denunciaram na tarde dessa quarta-feira (17), ao portal 7 Segundos, a situação de degradação de um muro de contenção que sofreu danos por causa do avanço do mar. No local, uma vala que se abriu entre a caçada e os restos de entulhos da barreira está expondo banhistas e comerciante ao perigo.

Vários trechos da orla de Ponta Verde apresentam rachaduras e partes cedidas em muros de contenção. Algumas pessoas passam pelo local e tropeçam em pedras que escaparam dos restos da construção que foi realizada pela prefeitura há dois anos e que ainda não foi concluída.

Um morador da região informou que a situação se agravou gradativamente. Aos poucos, com o avanço do mar o material do muro feito de sacos de areia e concreto foi cedendo e formou uma vala. “Eu que fico aqui sempre já aviso a quem passar para ter cuidado, principalmente os turistas que não conhecem. Na verdade não adianta, cai gente direto, essa obra é uma vergonha”, contou Fernando Saraiva.

Há cerca de 10 anos um empresário teve que retirar a construção da conhecida 'Barraca da Baiana' do terreno porque parte da estrutura de contenção já estava cedendo, e como o estabelecimento ficava a poucos metros do local não houve outra solução. Fernando lembra do ocorrido e mostrou a equipe de reportagem o pouco que sobrou da barraca e como o lugar está uma década depois.

“Como vocês sabem aqui só fica a estrutura da antiga barraca o mar vem e derruba a barreira de contenção deixando uma enorme rachadura, não dou nem um ano para ver isso cair”, alertou.

Obra inacabada

Antes de chegar à barreira o que se vê são telas de arame segurando as grandes pedras. O muro de conteção cedeu e a areia solta por vezes fazem as pessoas escorregarem. Entre dois bares da região, o trajeto pela barreira não é aconselhável devido o desnivelamento e o risco de partes soltas cederem.

Restaurantes e bares da região já pediram a prefeitura que desse continuidade a obra que apresentou problemas na execução. Na semana passada um fiscal da prefeitura esteve no local para averiguar a situação e disse a ambulantes que o município quer realizar uma reforma no local. A empresa responsável pela obra já foi avisada sobre os reparos que devem ser feitos.

Na última semana a Secretaria Municipal de Infraestrutura (Semimfra) realizou um trabalho de desobstrução da areia da praia a pedido do Ministério Público. A ação foi realizada em pontos entre a Barraca Piratas e a entrada da Avenida Amélia Rosa, com a finalidade de facilitar a circulação dos banhistas na faixa de areia, já que em alguns pontos o tráfego estava totalmente obstruído, principalmente em horários de maré cheia.

Imagem prejudicada

As praias de Maceió recebem diariamente um grande número de turistas. Gilberto Silva, que veio do Rio Grande do Norte e trabalha com a venda de coco verde na praia, contou que por conta da barreira, os banhistas reclamam com frequência do acesso à praia que se torna inapropriado naquela região.

“Hoje pela manhã um cliente meu veio aqui tomar banho de praia, ele teve que andar cerca de 200 metros para descer por causa da barreira do grande buraco aqui”, contou ele que também reclamou da quantidade de lixo que se acumula no local.

O banhista Douglas Falcão que frequenta o local há muitos anos disse que no momento acha perigoso a mobilidade no trecho, e por isso prefere se banhar em outro local.“ É um perigo realmente, a qualquer momento a pessoa pode se acidentar e cair, o poder público deve fazer alguma coisa, porque se deixar do jeito que está pode piorar”, ressaltou.

Em busca de uma solução

A Prefeitura de Maceió, em parceria com o Ministério Público Federal e uma equipe multidisciplinar de profissionais da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), estuda qual a melhor forma de solucionar o problema e a técnica mais adequado para conter o avanço do mar no local.

Em maio de 2015 o prefeito Rui Palmeira chegou a visitar o início das obras custeadas em R$ 1 milhão na orla da Ponta Verde. As obras de contenção costeira minimizariam o impacto da maré sobre a área urbanizada compreendendo um trecho de 140 metros.

O sistema escolhido para contenção foi o  bolsacreto, que consiste na utilização de sacos preenchidos com argamassa fluída, cimento, areia, água e acelerador de pega. Esse processo acelera a cura da argamassa, organizada em uma sequência escalonada, formando degraus.

Veja vídeo: