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Julgamento no TSE é palanque de Gilmar para eleição indireta

Por Poder 360 09/06/2017 10h10
Julgamento no TSE é palanque de Gilmar para eleição indireta
Gilmar Mendes - Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O eleitor comum pode não gostar do desenrolar do julgamento da chapa Dilma-Temer pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), com a provável absolvição de Michel Temer. Mas o presidente da Corte, Gilmar Mendes, está se saindo muito bem junto ao eleitorado que realmente lhe interessa: o baixo clero do Congresso.

Deputados e senadores escolherão o presidente interino da República, caso Michel Temer seja afastado do cargo pela Lava Jato. E, no Congresso:

1- o PMDB é o partido mais forte;

2- o baixo clero e os envolvidos na Lava Jato formam, de longe, a maior bancada.

RECADO CONTRA A LAVA JATO

Gilmar Mendes mostrou nas sessões de 4ª feira (7.jun.2017) e 5ª que está disposto a bater de frente com a Lava Jato. Enfrentou Herman Benjamin com tiradas como: “Há exageros. Às vezes, por questões pequenas cassamos mandatos. É preciso moderar a ‘sanha cassadora‘, porque você coloca em jogo outro valor, que é o valor do mandato”.

APOIOS NO PMDB E NO PSDB

O presidente do TSE já conquistou figuras importantes do PMDB, que não admitem publicamente: os líderes do partido no Senado, Renan Calheiros (AL), e na Câmara, Baleia Rossi (SP). Gilmar esteve na 2ª feira (5.jun) com Renan. Na semana passada, encontrou-se com o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE).

Entre os tucanos, conta com a amizade de longa data do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e do senador Aécio Neves (MG), afastado do mandato pela Lava Jato. Foi FHC quem indicou Gilmar ao STF (Supremo Tribunal Federal).

A QUESTÃO DO RITO

O ministro tem discutido com os peemedebistas o formato da eleição indireta. Aceitaria disputar. Mas quer concorrer em igualdade de condições, por exemplo, com Rodrigo Maia (DEM-RJ). Sem ter que se desincompatibilizar do cargo atual.

Os peemedebistas já encomendaram à direção do Congresso 1 estudo sobre o rito eleitoral. Caberá à Mesa Diretora formalizar como será a disputa indireta. O colegiado é composto de 7 membros –4 senadores e 3 deputados– com maioria peemedebista. São eles:

senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), presidente;

deputado Fábio Ramalho (PMDB-MG), vice-presidente;

senador João Alberto Souza (PMDB-MA), 2º vice-presidente;

deputado Giacobo (PR-PR), 1º secretário;

senador Gladson Cameli (PP-AC), 2º secretário;

deputado JHC (PSB-AL), 3º secretário;

senador Zeze Perrella (PMDB-MG), 4º secretário.