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FBI investiga mortes em ato de extremistas, que prometem não recuar

13/08/2017 14h02
FBI investiga mortes em ato de extremistas, que prometem não recuar
FBI investiga mortes em ato de extremistas, que prometem não recuar - Foto: Reprodução/Uol

O FBI irá investigar neste domingo (13) os atos de violência ocorridos em Charlottesville, EUA, nos últimos dias durante um encontro de supremacistas brancos que terminou em confronto. Três pessoas morreram e mais de 30 ficaram feridas.

O protesto dos ativistas de extrema-direita também gerou uma crise interna para o presidente Donald Trump. Ele foi questionado por ter dado uma declaração genérica sobre o caso no sábado (12), sem culpar os nacionalistas brancos. No domingo, a Casa Branca informou que o presidente condena os radicais de extrema-direita.

Jason Kessler, organizador do evento na cidade da Virgínia, prometeu novos atos. "Com certeza nós vamos ter outras manifestações em Charlottesville, porque nossos direitos constitucionais estão sendo negados", disse ele, que tem um blog voltado a supremacistas brancos.

Os ativistas de extrema-direita não vão recuar em suas demandas, disse Kessler.

Ele foi um dos organizadores do encontro "Unir a direita" em Charlottesville como protesto contra um plano de remoção da estátua do general Robert E. Lee, que lutou na Guerra Civil Americana (1861-65) ao lado do Sul, que defendia a manutenção do regime escravocrata.

A decisão segue a de outras cidades do Sul de retirarem símbolos confederados, que remetem ao passado escravocrata do país, de prédios e parques públicos. No protesto, vários manifestantes carregaram a bandeira vermelha com a cruz azul estrelada.

Quatro pessoas foram presas após os atos de sábado, incluindo James Fields, 20, vindo de Ohio e acusado de dirigir o carro que atropelou um grupo de manifestantes anti-racismo e matou uma mulher de 32 anos e feriu outras 19 pessoas, cinco delas em estado grave.

A polícia ainda não confirmou o que gerou o atropelamento. O FBI abriu uma investigação de direitos civis para apurar o caso.

As autoridades federais também investigam a queda de um helicóptero, que matou dois policiais, durante o sábado de protestos.

Terry McAuliffe, governador da Virgínia e democrata, declarou estado de emergência e suspendeu o protesto dos nacionalistas brancos marcados para o sábado, mas isso não impediu a violência.

"Por favor, vão para casa e não voltem nunca mais", disse o governador para os extremistas, em coletiva de imprensa.

"Não há lugar para vocês aqui. Não há lugar para vocês na América", prosseguiu.

TRUMP CRITICADO

O presidente dos EUA, Donald Trump, disse no sábado que "muitos lados" estavam envolvdos no incidente em Charlottesville, e foi criticado por políticos americanos por não condenar especificamente os nacionalistas brancos.

"Nós condenamos, nos termos mais fortes possíveis, essa exibição flagrante de ódio, fanatismo e violência em muitos lados", disse Trump em um pronunciamento no sábado.

"Devemos chamar o mal pelo seu nome. Meu irmão não deu sua vida para lutar contra Hitler para ver ideias nazistass seguirem sem serem desafiadas em casa", publicou o senador republicano Orrin Hatch, de Utah, em uma rede social.

No domingo, a Casa Branca informou que Trump também criticou os grupos racistas. "O presidente disse com muita firmeza em seu discurso no sábado que ele condena todas as formas de violência, e é claro que isso inclui supremacistas brancos, KKK, neonazistas e todos os grupos extremistas", disse o porta-voz da Casa Branca. "Ele clamou por unidade nacional e por unir todos os americanos."