Polícia

Quarta fase de operação investiga indício de fraude no Enem 2017

Irmão Borges são apontados como líderes da organização criminosa

Por 7 Segundos Maceió 07/11/2017 10h10
Quarta fase de operação investiga indício de fraude no Enem 2017
31 pessoas já foram presas - Foto: G1

A Polícia Civil deflagrou na manhã desta terça-feira (07) a quarta fase da Operação Gabarito que investiga a participação de grupos ligados à fraudes de concursos públicos. As investigações estão sendo comandadas pela Delegacia de Defraudações e Falsificações (DDF) de João Pessoa (PB). Pelo menos 98 concursos são investigados, entres ele o Enem 2017.

O delegado Lucas Sá declarou que o bando tinha uma agenda de fraudes a ser cumprida entre os anos de 2017 e 2018. O grupo tem penetração em pelo menos 15 estados, entre eles Alagoas, onde - de acordo com Sá – um policial militar de Alagoas e seu irmão estariam envolvidos no esquema. Identificados como irmão Borges, ambos são apontados como líderes do esquema.

O policial militar Flávio Nascimento Borges, de 34 anos, e Vicente Fabrício Borges, 32, foram presos em maio deste ano em uma casa de luxo em João Pessoa.

Em Alagoas, concursos da Ufal, TJ, MP, IFAL, TRT e Prefeitura de Maceió são investigados por possível fraude.

A fraude
No período de 12 anos, mais de 500 pessoas teriam sido aprovadas com irregularidades e o grupo teria movimentado R$ 29 milhões. Além da células em Paraíba, comandada pelos irmãos alagoanos, a polícia teria identificado uma segunda no estado de Pernambuco. Para Sá, a célula de Pernambuco é maior do que a de Paraíba.

Cada vaga custava em média R$ 150 mil. É do delegado a informação de que se o candidato se ‘amedrontasse’ no momento da fraude, o valor a ser pago para o ‘boneco’ – o integrante da organização criminosa que usava documento falso e fazia a prova no lugar do candidato – poderia subir. Nesses casos o verdadeiro candidato só se apresentava no dia da nomeação.

Os irmão Borges teriam se submetido a pelos menos 29 concursos de maneira fraudulenta. De acordo com Sá, como um dos Borges é da PM, as ameaças aos “clientes” eram mais graves. Um dos líderes foi secretário-adjunto.