Política

Vilela era o ‘Bobão’ nas planilhas da Odebrecht e OAS, afirmam delatores

Superfaturamento de R$ 70 milhões equivale a 10% do valor orçado de obra

Por 7Segundos Maceió 30/11/2017 13h01
Vilela era o ‘Bobão’ nas planilhas da Odebrecht e OAS, afirmam delatores
Superfaturamento pode chegar ultrapassar R$ 70 milhões - Foto: 7Segundos

A Polícia Federal concedeu na manhã desta quinta-feira (30) uma coletiva para esclarecer o cumprimento de mandados de busca e apreensão feito hoje no apartamento de luxo do ex-governador de Alagoas, Teotônio Vilela Filho.

A PF explicou que durante oitiva, os delatores das empreiteiras informaram que repassaram a quantia de 2. 814.000,00 a cúpula da última gestão do Governo de Alagoas. Entre os codinomes da planilha, três interessam as investigações da Polícia Federal de Alagoas: Faisão, Fantasma e Bobão.

É dos delatores a informação de que Fantasma é o então secretário da Infraestrutura, Marco Fireman; enquanto Faisão seria Fernando Nunes, o secretário-executivo da pasta; e o ex-governador Teotonio Vilela era representado pelo codinome de ‘Bobão’.

Ainda consta na planilha que dos quase três milhões superfaturados, cerca de 1.906.000,00 e depois mais R$ 150.000,00 teriam sido destinados ao Bobão. Fantasma teria ficado com a segundo maior fatia, enquanto Faisão teria recebido o menor valor. As informações foram repassadas pelo delegado da Polícia Federal que preside o inquérito, Antônio José Lima de Carvalho.

Os acordos de delação foram feitos por executivos das empreiteiras e os acordos de delação foram homologados pelo Supremo Tribunal Federal. A Procuradora da República em Alagoas, Renata Ribeiro Baptista, classificou a operação como “um braço da Lava-Jato.”

As licitações ocorreram no ano de 2009. Os executivos da OAS e da Odebrecht apresentaram passagens aéreas e outros comprovantes de despesas realizadas em Maceió, indicando que houve um encontro entre os executivos das empreiteiras e integrantes da Secretaria de Infraestrutura.

O prejuízo se deu na ordem ou sequência do edital. As empreiteiras teriam determinado o que fazer. Quando da execução do contrato, também houve reunião entre executivos e agentes públicos que teriam solicitado vantagens indevidas em razão da obra, quando da execução e não no tocante à obra em si, mas propina em razão da execução e da licitação. Além de determinar o edital, os executivos eliminavam a concorrência, o que facilitava o superfaturamento. O TCU quantificou em R$ 70 milhões o prejuízo da obra que estava inicialmente orçada em 700 milhões. Esse superfaturamento equivale a 10% do valor da obra, mas a PF deve continuar investigando se a quantia pode subir.

Diferente do superfaturamento, o sobrepreço é de mais de 33 milhões em um dos lotes e 45 milhões em outro. O sobrepreço é tudo aquilo que não precisava estar lá e está, explicou Renata Baptista.

23ª Fase da Lava-Jato
A Polícia Federal também chegou à conclusão de que o dinheiro não foi usado para eleição ou reeleição, já que os valores. Durante a 23ª da Operação Lava-Jato, denominada de Acarajé, foi encontrada uma planilha com os codinomes Bobão, Fantasma e Faisão. Os pagamentos teriam sido efetuados o ano de 2014. Ano em que os investigados não concorreram a mandatos eletivos.