Justiça

Acusada de matar filhos apresentava comportamento obsessivo, diz ex-marido

?Julgamento é conduzido pelo juiz John Silas da Silva, da 8ª Vara Criminal de Maceió

Por 7Segundos 19/03/2018 11h11
Acusada de matar filhos apresentava comportamento obsessivo, diz ex-marido
Juiz John Silas questiona o ex-marido da ré - Foto: Caio Loureiro

Acontece nesta segunda-feira (19), o julgamento da mulher acusada de matar dois dos três filhos para se vingar do marido, em Maceió. Arlene Régis dos Santos vai a júri popular no Fórum da Capital, no Barro Duro, conduzido pelo juiz John Silas da Silva, da 8ª Vara Criminal da Capital.

Por volta das 11h, começou a ser ouvido Abelardo Pedro Nobre Júnior, pai das crianças e ex-marido da ré. Durante depoimento, o ex-marido afirmou que Arlene Santos apresentava comportamento obsessivo quando eles ainda eram casados. Tempos depois, os mesmos problemas resultaram na separação do casal.

Em depoimento, Abelardo alega que  dois anos após o divórcio, a ex-mulher começou a persegui-lo. "Ela me chamava pra ir na casa dela pra ver alguma coisa dos meninos e ela se manifestava. Ficava no chão se contorcendo, gritando. Isso começou quando ela descobriu que eu estava com outra pessoa", declarou.

O juiz estima que o julgamento será concluído hoje de noite.

O caso

De acordo com denúncia, a mulher deu o medicamento Rivotril para os três filhos na noite que antecedeu o crime. Por volta das 3h de 29 de setembro de 2009, Arlene então estrangulou Antony e esfaqueou Abelardo. Ainda começou a estrangular o terceiro filho, Arlanicson Pedro Santos Nobre, então com 15 anos, mas desistiu de concluir o ato quanto a este, e foi absolvida sumariamente.

O Ministério Público afirma que a ré cometeu o crime para se vingar do marido, que a deixou. Foi encontrada uma carta escrita por Arlene para o marido, em que ela confessa os homicídios e indica a motivação.

Um laudo psiquiátrico constatou que Arlene é portadora de transtorno emocional instável de personalidade, subtipo Borderline. A defesa alegou que a ré seria inimputável, mas o juiz do processo em 2013, Maurício Brêda, considerou que a enfermidade não significa que a mulher não tem capacidade de entender o caráter criminoso do fato. Arlene encontra-se atualmente internada provisoriamente em um centro psiquiátrico.