Justiça

MPT e Governo do Estado se reúnem para discutir situação das casas de farinha

Renan Filho propôs firmar um TAC para adequar e fomentar o setor produtivo, e apresentou possibilidade de oferecer linhas de crédito voltadas a proprietários e produtores

Por Ascom 21/08/2018 10h10
MPT e Governo do Estado se reúnem para discutir situação das casas de farinha
Governo e MP propuseram um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) - Foto: Ascom

O Ministério Público do Trabalho (MPT) iniciou um canal de diálogo direto com o Governo do Estado para discutir medidas que reestruturem a cadeia produtiva da mandioca em Alagoas e garantam condições dignas de trabalho aos produtores. Em reunião com o governador Renan Filho, no dia 16 deste mês, o procurador-chefe Rafael Gazzaneo e o procurador Rodrigo Alencar ressaltaram a importância da geração de emprego e renda na região por meio da atividade.

Na pauta apresentada ao governador, os procuradores salientaram a necessidade do resgate do Arranjo Produtivo Local (APL) da mandioca na região, para que os trabalhadores recebam assistência técnica adequada visando ao desenvolvimento da cadeia produtiva. Outra proposta apresentada foi de sobretaxar a farinha de mandioca vinda do Sul do país, como forma de incentivar empresas alagoanas a comprarem a farinha produzida pelos produtores locais. 

Os membros do MPT também pontuaram que é necessário localizar a incidência de trabalho infantil nos municípios e priorizar a criação de escolas de tempo integral, no intuito de garantir uma educação de qualidade a crianças e adolescentes e afastá-los do trabalho proibido. Segundo Rodrigo Alencar, todas as reivindicações são necessárias para buscar a melhoria da realidade social dos trabalhadores. “Buscamos o apoio do governo para incentivar a produção e venda da farinha de mandioca pelos produtores, mas que essa produção seja feita com uma infraestrutura necessária que afaste a população do trabalho escravo e do trabalho infantil”, destacou Rodrigo.

Após apresentar as demandas, o governador propôs que a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e Turismo (Sedetur) realize um estudo das necessidades e de estruturação das casas de farinha, e aceitou firmar um Termo de Ajustamento de Conduta com o Ministério Público do Trabalho para a devida adequação e fomento do setor produtivo. Uma das propostas apresentadas por Renan Filho foi a possibilidade de abrir linhas de crédito aos proprietários e produtores, junto à agência Desenvolve, para a adequação de condições propostas pelo MPT.

Força-tarefa
O Ministério Público do Trabalho verificou a necessidade de buscar a reestruturação das casas de farinha após a força-tarefa realizada pelo MPT, Ministério do Trabalho, Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Defensoria Pública da União (DPU), em maio deste ano, que resgatou 92 trabalhadores em condições degradantes, além de 15 crianças. A operação realizada no município de Feira Grande foi o maior resgate de situação análoga à escravidão no país, desde 2012.