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Fernando Collor de Mello, do PTC, é sabatinado pelo 7Segundos; confira

Por 7Segundos, com Assessoria 04/09/2018 08h08
Fernando Collor de Mello, do PTC, é sabatinado pelo 7Segundos; confira
Fernando Collor de Mello, do PTC - Foto: Divulgação/7Segundos

O 7Segundos inicia uma sabatina com os candidatos ao Governo de Alagoas. Elas começam nessa segunda-feira (3) e vão até o dia 07 de setembro. O democrático espaço garante igual oportunidade aos candidatos de responder sobre temas importantes para a sociedade e possibilitar aos eleitores maior conhecimento sobre os programas de governo das coligações. Em tempos de polarização e descrença política, a informação é grande aliada do voto consciente.

As perguntas enviadas a todos os candidatos são iguais. Todos receberam previamente, por meio de suas assessorias de comunicação, as mesmas perguntas e foram questionados sobre diversos assuntos de interesse dos alagoanos. A sabatina será publicada sempre às 9h da manhã e permanecerá em igual espaço até às 15h, no endereço das três homes do portal 7Segundos.

As respostas terão número mínimo e máximo de caracteres, conforme acordado com as assessorias dos candidatos.

O sabatinado de hoje é o candidato Fernando Collor de Mello, do PTC. Confira nossas 11 perguntas e as respostas do candidato: 

  1. Apesar dos investimentos na área de Segurança (realização de concursos públicos e consequente contratação de pessoal, investimentos em novas viaturas, descentralização das polícias com construção de Cisps, criação da Ronda no Bairro, contratação de novos delegados e até a entrega de um IML mais moderno), os índices de violência e os casos não solucionados continuam batendo recorde em Alagoas - como comprova pesquisa divulgada no dia 09 de agosto. Se eleito, que medidas o senhor pretende adotar para reduzir os índices de violência no estado?

Collor - Vamos atuar em duas frentes: uma, focada na juventude, com atividades para que as crianças saiam das ruas. A segunda, é fazer com que a mão pesada do Estado seja sentida.  Nossos presídios deixarão de ser escritórios do crime. É preciso colocar a estrutura para funcionar, pois há 40 delegacias fechadas e a Polícia Civil pede socorro. Aí a população fica sem assistência e as ocorrências não são registradas nem investigadas. Vai ser necessário recompor os quadros das corporações. No nosso governo, o conceito de rede será aplicado em setores como a Segurança Pública, com apoio efetivo da inteligência, de modo que as demais áreas desenvolvam ações de prevenção, repressão e ressocialização. O objetivo é impactar na redução dos índices de violência.  É trabalho difícil e vai exigir muito esforço, mas venceremos.

  1. Com prazo definido pela União até dezembro de 2018 para a implantação de 50% das escolas integrais nos estados, Alagoas ainda está longe de atingir a meta. O sucateamento das escolas, a evasão escolar e o baixo salário dos professores ainda são os principais problemas do ensino médio no estado. Se eleito, como o senhor pretende combater a evasão escolar e melhorar a qualidade do ensino em Alagoas?

Collor – A educação estadual encontra-se sucateada. O Sinteal fez contundente denúncia e mostrou os gargalos da falta de gestão. Uma vergonha! Vamos valorizar os profissionais da área, avançar no ensino em tempo integral e promover a modernização pedagógica. Vamos também ampliar e modernizar a infraestrutura das escolas, numa linha sustentável, com acesso à internet e um acervo cultural sobre o Estado, além de quadras poliesportivas e áreas de convivência. Ainda possuímos 18% da população analfabeta, mais do que o dobro da média nacional. É uma triste realidade. Vamos trabalhar para erradicar esse índice. Pretendemos contar com a ajuda do Sistema S, do setor privado, de entidades de classe, das comunidades e dos profissionais da educação, que precisam ser ouvidos e inseridos na construção de uma escola cidadã.

  1. Um dos destinos turísticos mais procurados do país, Alagoas ainda não solucionou problemas básicos como a construção de um terminal de passageiros no Porto de Maceió, a construção de vias de acesso a polos turísticos como no Litoral Norte de Alagoas e destinos alternativos como cidades banhadas pelo rio São Francisco. Se eleito, que tipos de investimentos podem ser realizados nessas áreas para o desenvolvimento turístico ordenado?

Collor – Vamos implantar o terminal de passageiros, investir na qualificação dos trabalhadores do turismo, viabilizar infraestrutura nos destinos carentes e implantar novos centros de convenções, para fortalecer o turismo cultural e de negócios. Um deles será em Arapiraca. Apoiaremos as atividades ligadas à economia criativa, como o turismo cultural, de esporte, histórico, gastronômico, religioso e de moda. Destaco ainda a questão do saneamento. É fundamental cuidar da destinação sanitária, de modo a preservar a saúde das pessoas e a qualidade do nosso meio ambiente. Falo com a autoridade de quem construiu o Emissário Submarino de Maceió, até hoje a última grande iniciativa no setor. 

  1. A greve dos caminhoneiros em 2018 comprovou a dependência dos estados da federação de uma categoria fundamental para o escoamento da produção de bens e consumo em todo o país. A situação evidenciou que o estado precisa de alternativas para diversificar setores econômicos se tornando autossuficiente. Se eleito, como aumentar a produção e distribuição interna de produtos?

Collor - Vou rever a perversa política tributária desse governo, que elevou os preços de tudo que se consome em Alagoas, em especial do combustível e da energia elétrica. No lugar da cultura da punição, vamos implantar a cultura da orientação, sendo que a redução dos obstáculos ao empreendedorismo pode estimular a atividade econômica em Alagoas. Veja o caso do Arranjo Produtivo Local da Mandioca, que emprega milhares de pessoas. No nosso governo, elas vão encontrar um parceiro para crescer a produção e gerar mais renda. Quanto ao fluxo de distribuição, além da recuperação das rodovias estaduais, é preciso desenvolver ações em defesa da restauração da malha ferroviária de Alagoas.

  1. O estado continua com alto índice de défice habitacional e nem mesmo programa nacional como o Minha Casa, Minha Vida garante moradia para toda a população. Algumas obras da União continuam paradas e as prefeituras alegam falta de verba para concluir ou construir conjuntos habitacionais em suas comunidades. De que forma o Estado pode desburocratizar e firmar parcerias para a conclusão dessas obras, além de garantir infraestrutura necessária ao redor dessas novas comunidades, com saneamento, escolas, unidades de saúde, etc?

Collor – Pretendemos construir novas unidades habitacionais, com preferência para famílias que vivem em áreas de risco. Apoiaremos os municípios em projetos de urbanização, no intuito de elevar a qualidade de vida das pessoas. Sempre fortalecendo a parceria com o poder municipal, desenvolveremos projetos para garantir equipamentos urbanos a essas comunidades desprovidas de infraestrutura. Vamos construir pontes e articular saídas com o governo da União, pois um dos nossos compromissos é resolver o problema de obras inacabadas no Estado. Para tanto, formaremos um mutirão, com mobilização das nossas forças políticas em busca de recursos e apoio.

  1. A saúde pública está em colapso há algumas décadas em todo o território nacional. Em Alagoas ainda há escassez de leitos, superlotação, falta de medicamento e de profissionais, além de deficiência no socorro, com ambulâncias sucateadas e em número inferior ao necessário. Se eleito, como serão empregados os recursos destinados a área de saúde para desafogar as unidades e garantir atendimento humanizado aos pacientes em todo o território alagoano?

Collor- Se escrevemos na primeira página do nosso plano de governo o povo como princípio e fim de todas as ações, então é preciso olhar a situação do capital humano que atende à população. É preciso valorizar e capacitar nossos servidores e garantir condições de trabalho, para poder ofertar atendimento de qualidade aos que mais precisam da Saúde Pública. Vamos investir na humanização do atendimento, com ampliação de leitos, procedimentos médicos e garantia de medicamentos. Vamos concluir as obras inacabadas que existem na área da Saúde e implantar novas UPAs, com vista à descentralização da assistência. Nesse esforço, vamos propor parcerias com os municípios, pois neles residem e vivem as famílias.

  1. Grandes obras de duplicação de rodovias estaduais foram concluídas nos últimos anos em Alagoas, mas motoristas da capital enfrentam imensos congestionamentos todos os dias nas principais vias da cidade (Via Expressa, Fernandes Lima, orla marítima) que rotas alternativas estão inclusas em seu plano de governo para desobstruir o trânsito na capital? Ainda sobre infraestrutura, obras como a construção dos aeroportos do Litoral Norte e Agreste, do marco turístico ou o desassoreamento das lagoas não saem do papel. Se eleito, como garantir o emprego de recursos públicos para início e conclusão de obras dessa magnitude?

Collor – Em termos de infraestrutura rodoviária, vamos também verificar o que há de inacabado para agilizar e encontrar solução. A duplicação da via de acesso ao Norte anda a passos de tartaruga. Vamos acelerar, enfrentar os gargalos e desatar o nó.  É preciso conectar o governo de Alagoas com os projetos federais e garantir o máximo de recursos. A expansão do VLT/CBTU até Mangabeiras, bem como o projeto do VLT Fernandes Lima/Durval de Góes Monteiro, finalizando no Aeroporto Zumbi dos Palmares, que atenderá ao público de passageiros da UFAL, é uma intervenção que ajuda na mobilidade da cidade e consta em meu plano. Vamos avançar com estudos para implantação de um VLT em Arapiraca e, outro, interligando a UFAL ao bairro de Mangabeiras, passando pelo Benedito Bentes. É preciso envolver as prefeituras nesses estudos, para que as atribuições de cada esfera de poder sejam observadas e, assim, os projetos possam fluir com a celeridade exigida pela população. Vamos ainda buscar apoio em Brasília para viabilizar a implantação dos aeroportos de Maragogi e de Arapiraca, bem como ampliar a capacidade de voos e decolagens do Aeroporto Zumbi do Palmares.

8. Corrupção é um termo em evidência no pleito eleitoral em 2018. No último ano, Alagoas foi alvo de inúmeras operações encabeçadas pelas polícias e pelo Ministério Público Estadual, envolvendo políticos dos mais variados escalões. Se eleito, qual será a relação e investimento de seu governo com estas instituições e que mecanismos de transparência serão adotados para coibir os crimes de corrupção?

Collor - Vamos modernizar os ambientes físicos e a estrutura de informática dos órgãos públicos, incluindo a rede de transmissão de dados. Vamos digitalizar os procedimentos administrativos e facilitar o controle referente aos procedimentos, economizando tempo e recursos humanos. Vamos também melhorar o desempenho das tarefas ligadas ao controle de serviços públicos, disponibilizando informações no Portal da Transparência e no Diário Oficial Eletrônico. Atenderemos os dispositivos previstos na legislação relativa à transparência. A Polícia Civil, que investiga os crimes, está em petição de miséria. É preciso restabelecer sua capacidade investigativa, também de apoio ao trabalho institucional do MPE. Atuaremos no combate ao crime organizado de forma integrada com o Laboratório de Tecnologia Contra Lavagem de Dinheiro, do Ministério da Justiça. Modernizaremos ainda a perícia oficial, com aquisição de equipamentos compatíveis com as novas demandas impostas pela criminalidade. Somente com a mão pesada do Estado e o apoio da sociedade, venceremos essa guerra contra malfeitos. No decorrer dos anos, a geração de emprego em Alagoas está associada à desoneração de carga tributária de grandes empresas que se instalam no Estado. Se eleito, que atuação esperar de seu governo para encontrar equilíbrio entre a desoneração e a geração do emprego sem criar prejuízos aos cofres públicos de Alagoas?

9. No decorrer dos anos a geração de emprego em Alagoas está associada a desoneração de carga tributária de grandes empresas que se instalam no estado. Se eleito, que atuação esperar de seu governo para encontrar equilíbrio entre a desoneração e a geração do emprego sem criar prejuízos aos cofres públicos de Alagoas?

Collor - O atual governo trata inversamente os desiguais. Concede incentivos aos grandes e aumenta a tributação sobre os pequenos. É a cultura da punição contra os mais frágeis. Nosso foco será os pequenos empreendedores. Vamos rever o perverso arrocho fiscal de 2015, que elevou para 31% a tributação sobre combustível, gás de cozinha, energia elétrica e internet. Faremos esforços para derrubar todos os obstáculos ao empreendedorismo. Pretendemos simplificar a vida dessas pessoas perante o Estado. A economia Popular e Criativa será lembrada em nossa gestão. Através do aumento da atividade econômica, haverá maior arrecadação. Veja o caso da indústria de Call Center em Maceió: reduziu-se a tributação sobre esse tipo de serviço, de 5% para 2%, e a arrecadação aumentou. Outro aspecto interligado ao processo de desenvolvimento é a profissionalização, a qualificação de nossa mão de obra. Vamos investir na nossa infraestrutura logística e estimular os cursos técnicos, de modo que possa ajudar a aumentar a produtividade da nossa força de trabalho.

10. A seca ainda é um grande entrave para o desenvolvimento da agricultura e pecuária em Alagoas, nem mesmo obras como a do Canal do Sertão solucionaram este velho problema que influencia diretamente nessas áreas. Se eleito, quais obras e investimentos serão realizados para subsidiar novas formas de desenvolvimento na agropecuária?

Collor - O Canal do Sertão cumprirá sua grande função econômico-social para   nosso povo, a partir de projetos complementares que utilizem, sustentavelmente, todo o potencial dessa obra histórica no Semiárido alagoano. Afirmo com a autoridade de quem, na qualidade de senador, propôs a Lula a inclusão do Canal do Sertao no PAC. Ele acatou a ideia e, a partir daí, a obra federal ganhou novo ritmo. Vamos retirar o Canal do Sertão desse marasmo, que não utiliza hoje nem 10% de sua potencialidade. A ideia é realizar o cultivo irrigado e fomentar a agricultura familiar, aumentando a renda e a empregabilidade para milhares de nossos irmãos. Essa produção em larga escala de frutas e verduras substituirá milhares de toneladas de produtos similares hoje importados de Estados vizinho. O nosso governo vai disponibilizar aos produtores assistência técnica e buscar apoio creditício, através de agentes federais de fomento agrícola, como o Banco do Brasil e Banco do Nordeste. Outra importante ação será a implantação de sistema de abastecimento d’água para comunidades da região. Temos também que lutar pela sustentabilidade hídrica para os agricultores familiares e seus pequenos rebanhos durante o período de estiagem.

11. Com inúmeros cortes em programas sociais a nível federal, como Bolsa Família, Fies, Universidade Para Todos, é visível a necessidade de investimento em nível estadual. Como garantir a preservação e o acesso à população de baixa renda a esses serviços em meio a tantos cortes?

Collor - As transferências da União são fundamentais a Alagoas, cumprem um papel social importantíssimo no combate à pobreza. Sem elas, o nível de exclusão ainda seria pior. Para preservar o acesso aos programas e até ampliá-los, contaremos com a ajuda do Senador Benedito de Lira, com quem construiremos pontes para conectar a nossa proposta de Rede de Proteção Social aos programas do governo da União. Além disso, faremos o dever de casa, restabelecendo o papel do Fundo de Erradicação e Combate à Pobreza-FECOEP, que foi desviado de finalidade por esse governo quer aí está, em detrimento daquele segmento excluído da cidadania.