O 7Segundos inicia uma sabatina com os candidatos ao Governo de Alagoas. Elas começam nessa segunda-feira (3) e vão até o dia 07 de setembro. O democrático espaço garante igual oportunidade aos candidatos de responder sobre temas importantes para a sociedade e possibilitar aos eleitores maior conhecimento sobre os programas de governo das coligações. Em tempos de polarização e descrença política, a informação é grande aliada do voto consciente.

As perguntas enviadas a todos os candidatos são iguais. Todos receberam previamente, por meio de suas assessorias de comunicação, as mesmas perguntas e foram questionados sobre diversos assuntos de interesse dos alagoanos. A sabatina será publicada sempre às 9h da manhã e permanecerá em igual espaço até às 15h, no endereço das três homes do portal 7Segundos.

As respostas terão número mínimo e máximo de caracteres, conforme acordado com as assessorias dos candidatos.

O sabatinado de hoje é o candidato Josan Leite, do PSL. Confira nossas 11 perguntas e as respostas do candidato: 

1. Apesar dos investimentos na área de Segurança (realização de concursos públicos e consequente contratação de pessoal, investimentos em novas viaturas, descentralização das polícias com construção de Cisps, criação da Ronda no Bairro, contratação de novos delegados e até a entrega de um IML mais moderno), os índices de violência e os casos não solucionados continuam batendo recorde em Alagoas - como comprova pesquisa divulgada no dia 09 de agosto. Se eleito, que medidas o senhor pretende adotar para reduzir os índices de violência no estado?

Josan Leite - A valorização profissional, a promoção pelo mérito e o uso da tecnologia são as bases de todas as nossas ações futuras, em todas as áreas do futuro governo.  Sabemos que as ações de repressões, são necessárias, no entanto, fica claro que não se consegue acabar com um mal, apenas atacando o mal, mais sim, indo buscar solucionar os problemas na fonte. O nosso governo, além de manter um efetivo ajustado às nossas necessidades, trabalharemos com a inteligência e tecnologia. Na área de inteligência teremos um mapa exato das áreas mais violentas em nosso estado e iniciaremos um trabalho social focado na psicologia em conhecer os porquês dos distúrbios sociais que afetam aquelas comunidades e levaremos ações efetivas que façam aquelas áreas serem mais humanizadas, levando treinamentos profissionalizantes, em parcerias com os setores produtivos, bem como ações de treinamento de mudança de crenças e costumes negativos para aqueles lá vivem. Na área tecnológica, teremos uso de drones como inibidores, fazendo com que a população saiba da existência e da presença das forças de seguranças nestas áreas; desta forma, otimizando os deslocamentos de equipes de campo, trazendo economias, inibindo movimentos criminosos de forma antecipada e agindo rápido, quando necessário.

2. Com prazo definido pela União até dezembro de 2018 para a implantação de 50% das escolas integrais nos estados, Alagoas ainda está longe de atingir a meta. O sucateamento das escolas, a evasão escolar e o baixo salário dos professores ainda são os principais problemas do ensino médio no estado. Se eleito, como o senhor pretende combater a evasão escolar e melhorar a qualidade do ensino em Alagoas?

Josan Leite - O mundo está mudando e temos que estar atentos às mudanças. A tecnologia está aí e tem um papel fundamental no processo educacional. Teremos um forte viés tecnológico na educação e, principalmente, gestão! Gestão de conteúdo e uso de tecnologias para os alunos e professores, cursos de atualização para os professores, gestão dos espaços físicos e virtuais para transmissão de conteúdo. As escolas em tempo integral são fundamentais para a preparação de uma geração com mais saúde física e mental, e isto tem efeitos diretos na redução da violência e aumento da autoestima e empreendedorismo. Estaremos trabalhando estas políticas públicas com um olhar transdisciplinar, buscando equalizar os investimentos de forma ótima, com mais resultados sociais, usando os mesmos recursos. Observamos que o que houve na educação de Alagoas foi uma redução inexplicável de recursos financeiros, onde estamos entre os piores Estados a colocar um percentual de suas receitas nesta área. Iremos reequilibrar estes investimentos na educação para que sejamos mais justos com o nosso povo.

3. Um dos destinos turísticos mais procurados do país, Alagoas ainda não solucionou problemas básicos como a construção de um terminal de passageiros no Porto de Maceió, a construção de vias de acesso a polos turísticos como no Litoral Norte de Alagoas e destinos alternativos como cidades banhadas pelo rio São Francisco. Se eleito, que tipos de investimentos podem ser realizados nessas áreas para o desenvolvimento turístico ordenado?

Josan Leite - A área de serviço responde pela maior parte de circulação de nossas riquezas; portanto, o turismo será tratado de forma muito especial, visto que gera milhares de empregos e traz a maior parte do dinheiro para nosso Estado. Estamos com um planejamento de longo prazo para este setor, e isto só será possível com uma política de Estado e não de um governo. Logo, sentaremos com os setores produtivos, industrial, turístico e agropecuário, para avaliar a melhor solução; Um novo porto no litoral sul do Estado, onde se pensou em fazer um estaleiro a anos atrás, será a solução para quem faz importação e exportação em Alagoas, melhorando de imediato o fluxo de caminhões na cidade, e usaremos o porto atual como um centro turístico, como um grande centro comercial e de lazer, servindo aos turistas, os comerciantes em geral, em especial os artesões de Alagoas, ao setor turístico e de entretenimento, além, é claro, de servir a população alagoana. Mas isto é apenas um dos sonhos que transformaremos em realidade, de imediato estaremos focados em um trabalho forte na divulgação do destino, Alagoas, na capacitação dos empresários e seus colaboradores na melhor prestação de serviços possível, no saneamento das cidades de nosso litoral e na segurança, para fazer com que  turistas e cidadãos alagoanos se sintam confortáveis com o ambiente em seu entorno.   

4. A greve dos caminhoneiros em 2018 comprovou a dependência dos estados da federação de uma categoria fundamental para o escoamento da produção de bens e consumo em todo o país. A situação evidenciou que o estado precisa de alternativas para diversificar setores econômicos se tornando autossuficiente. Se eleito, como aumentar a produção e distribuição interna de produtos?

Josan Leite - Assistimos o sucateamento da rede ferroviária de nosso País nos últimos 40 anos, indo na contramão da lógica dos países desenvolvidos. Mas a nossa realidade hoje é essa e temos que trabalhar com que está posto. Os caminhoneiros são pais de famílias que também precisam de dignidade para fazer o seu trabalho bem feito. Temos que reconhecer que a infraestrutura viária estadual tem melhorado muito, ao contrário do que aconteceu com a saúde, educação e segurança. No curto prazo deveremos fechar o nosso plano de ter um porto privado no litoral sul para o escoamento dos produtos a serem exportados e, também, a entrada de produtos de importação. Internamente, teremos prioridade em atender com infraestrutura as áreas que ainda sofrem em escoar seus produtos. Mas, pensar a região metropolitana de Arapiraca como o ponto de convergência de distribuição, como um porto seco, para que possamos fluir da melhor forma as nossas riquezas em forma de produtos.   

5. O estado continua com alto índice de défice habitacional e nem mesmo programa nacional como o Minha Casa, Minha Vida garante moradia para toda a população. Algumas obras da União continuam paradas e as prefeituras alegam falta de verba para concluir ou construir conjuntos habitacionais em suas comunidades. De que forma o Estado pode desburocratizar e firmar parcerias para a conclusão dessas obras, além de garantir infraestrutura necessária ao redor dessas novas comunidades, com saneamento, escolas, unidades de saúde, etc?

Josan Leite - A verdade é que nunca tivemos um plano habitacional com lógica de atendimento às famílias alagoanas. Eu como Engenheiro Civil e com mais de 20 anos de experiência em construção civil, sei que planejar e fazer gestão são pilares de algo sustentável; sem esquecer, é claro, da AÇÃO! Faremos o nosso plano de habitação que Alagoas jamais viu antes; e em parcerias com o Governo Federal e iniciativa privada, materializaremos este plano. O segredo aqui está em segmentar por faixas de renda às necessidades e criar programas, ou pacotes, específicos para estes segmentos. Podendo haver, inclusive, subsídios para aqueles que necessitam dele, bem como faremos uso de fundos de combate à pobreza e de habitação. Estamos pensando Alagoas para hoje e para o futuro. Criaremos programas com ações emergenciais e programas de médio e longo prazo, visto que nossa realidade é muito dura, em relação às necessidades, e muito ruim em relação a disponibilidade de recursos monetários; consequência de má gestão. Más teremos isto equalizado em nosso mandato. 

6. A saúde pública está em colapso há algumas décadas em todo o território nacional. Em Alagoas ainda há escassez de leitos, superlotação, falta de medicamento e de profissionais, além de deficiência no socorro, com ambulâncias sucateadas e em número inferior ao necessário. Se eleito, como serão empregados os recursos destinados a área de saúde para desafogar as unidades e garantir atendimento humanizado aos pacientes em todo o território alagoano?

Josan Leite - Para driblar a crise é preciso muita criatividade. Para isso, teremos uma equipe com mais alta capacidade de planejamento e ação, além de conhecimento nas áreas de saúde preventiva e o uso da tecnologia na gestão administrativa dos hospitais e postos de saúde, além da gestão do foco nas áreas críticas e na marcação de consultas e atendimento. É direcionar um maior número de médicos para as áreas mais críticas, buscando atender aos pacientes nos locais mais próximos de suas residências. O uso de mapas de criticidade em infraestrutura hospitalar, densidade de médicos e enfermeiros, bem como das maiores demandas, pode ser usado para otimizar os recursos existentes, fazendo com que se ajuste as áreas mais ociosas com as mais demandadas.  

7. Grandes obras de duplicação de rodovias estaduais foram concluídas nos últimos anos em Alagoas, mas motoristas da capital enfrentam imensos congestionamentos todos os dias nas principais vias da cidade (Via Expressa, Fernandes Lima, orla marítima) que rotas alternativas estão inclusas em seu plano de governo para desobstruir o trânsito na capital? Ainda sobre infraestrutura, obras como a construção dos aeroportos do Litoral Norte e Agreste, do marco turístico ou o desassoreamento das lagoas não saem do papel. Se eleito, como garantir o emprego de recursos públicos para início e conclusão de obras dessa magnitude?

Josan Leite - Uma opção para melhoria do trânsito seria a criação de uma via expressa pela orla da lagoa, a Via Mangue, unindo o Município de Satuba e Tabuleiro dos Martins, descendo para a orla de Fernão Velho, Bebedouro, Mutange e Cambona. Esta obra estaria no contexto do desassoreamento da lagoa Mundaú.

É sabido que o litoral norte de Alagoas é o principal destino turístico, depois de Maceió. Já o Agreste, do ponto de vista econômico, é muito importante para Alagoas. Pensar em estruturar aeroportos para tais regiões está em nossos planos, mas não é prioridade, pois o setor turístico demanda outras prioridades, tais como saneamento de Maceió e cidades litorâneas. Em nosso Governo o setor privado será incentivado a investir em serviços aéreos internos e infraestrutura aeroviária, fazendo com que o turista e empresários possam se deslocar com rapidez em Alagoas.

O desassoreamento das lagoas é uma questão de sobrevivência do turismo nesta região, bem como uma questão ambiental. Sabe-se que o aporte de sedimentos vindos dos rios Paraíba e Mundaú está dificultando a navegabilidade dos barcos de turismo e lazer, bem como prejudicando a produtividade do sururu. Iremos unir os municípios do entorno destas lagoas e o Governo Federal, visto que se trata de um corpo de água de domínio Federal, para que possamos apresentar um projeto de interesse comum para todos que dali dependem para sua sobrevivência. Para isso serão firmadas parceria com as três esferas: municipal, estadual e federal.

8. Corrupção é um termo em evidência no pleito eleitoral em 2018. No último ano, Alagoas foi alvo de inúmeras operações encabeçadas pelas polícias e pelo Ministério Público Estadual, envolvendo políticos dos mais variados escalões. Se eleito, qual será a relação e investimento de seu governo com estas instituições e que mecanismos de transparência serão adotados para coibir os crimes de corrupção?

Josan Leite - A corrupção, o apadrinhamento politico e a incompetência administrativa são a base de todo o mal em que vivemos no nosso País. Estaremos alinhados com o Ministério Público Estadual, Ministério Público Federal, com a Polícia Federal, e com todas as instituições de combate a corrupção. Temos o Presidente de nosso Partido Político (PSL) um Policial Federal, Flávio Moreno, candidato ao Senado por Alagoas, o que já mostra que não temos medo da transparência em nosso Governo. Colocaremos o Governo totalmente aberto à sociedade, deixando nossas propostas de trabalho e andamento do alcance de nossas metas abertas para quem quiser acompanhar. O uso do dinheiro público será tratado com muito respeito e lisura, visto que queremos mostrar para todos de onde vem o dinheiro e para onde está indo o dinheiro, e como está sendo gasto. Assim, fica até mais fácil fazer os ajustes entre o fomento ao setor produtivo gerar receita para suas empresas gerarem mais empregos e podermos diminuir os impostos de forma justa e acordada com toda sociedade e com os órgãos fiscalizadores dos serviços públicos. Somos favoráveis as propostas do MPF para coibir esta prática no serviço público.

9. No decorrer dos anos a geração de emprego em Alagoas está associada a desoneração de carga tributária de grandes empresas que se instalam no estado. Se eleito, que atuação esperar de seu governo para encontrar equilíbrio entre a desoneração e a geração do emprego sem criar prejuízos aos cofres públicos de Alagoas?

Josan Leite - A matemática é simples: temos que entender o nosso Estado de Alagoas como a nossa casa. Se algo não está bem financeiramente, cortamos os excessos para poder fazer com que as despesas não sejam maiores que as receitas. Saber ajustar o orçamento requer acordos multilaterais, entre governo, que faz a gestão, o setor produtivo, que gera receita e empregos para o Estado, e ajuste da máquina administrativa e investimentos. Quando o cidadão observar que ter um carro está consumindo seu dinheiro com combustíveis, manutenção, seguro e etc., tenho certeza que o melhor que ele tem a fazer é se desfazer destas despesas, senão ele pode quebrar. Se ele estiver confortável com as despesas, ele pode até pensar em trocar de carro ou mesmo comprar outro carro para o filho. Assim, trataremos o nosso Estado: cortaremos despesas que acharmos desnecessárias para o momento, realocaremos dinheiro para áreas mais necessitadas, como educação, saúde e segurança, por exemplo; e ajustaremos os incentivos fiscais no sentido de manter as atividades importantes para o bom funcionamento da máquina pública e, ainda, deixe com que o setor produtivo possa reter mais dinheiro em suas empresas para a geração de mais emprego e, consequentemente, mais qualidade de vida para o trabalhador alagoano.

10. A seca ainda é um grande entrave para o desenvolvimento da agricultura e pecuária em Alagoas, nem mesmo obras como a do Canal do Sertão solucionaram este velho problema que influencia diretamente nessas áreas. Se eleito, quais obras e investimentos serão realizados para subsidiar novas formas de desenvolvimento na agropecuária?

Josan Leite - O investimento público deve se embasar em estudos de viabilidade técnica, econômica e financeira. Aprendi que as vezes não fazer nada ajuda mais que fazer algo e atrapalhar. O nosso Governo será de união do povo alagoano em todos as áreas, mas terá, sempre, uma justificativa técnica, financeira e social. Há obras e serviços que não se avaliam em resultados financeiros, mas em qualidade de vida, com a melhoria do ambiente, saúde e bem-estar. Dentro desta ótica, assistência rural e disponibilidade de água irão alavancar o setor agropecuário de alagoas. Não cabe mais o amadorismo na produção agrícola, portanto, treinar o pequeno produtor e dar assistência técnica será uma tônica de nosso Governo. Além disso, será elaborado um grande projeto de planejamento com ênfase nos Recursos Hídricos. Reservatórios de água e conexões entre as bacias hidrográficas, darão segurança hídrica para as cidades e para a produção rural sustentável. Visto que o Canal do Sertão é uma realidade, precisamos pensar em integrar as bacias hidrográficas da zona da Mata, tendo os rios Mundaú e Paraíba como principais conectores, a partir de barragens de contenção das cheias anuais, para manter reservatórios no agreste e sertão, reduzindo custos de energia elétrica com bombeamentos. A ideia é o aproveitamento dos desníveis e transporte das águas por gravidade. Com água garantida, os empresários do agronegócio farão seus projetos e os pequenos produtores terão suporte em treinamento e assistência técnica. 

11. Com inúmeros cortes em programas sociais a nível federal, como Bolsa Família, Fies, Universidade Para Todos, é visível a necessidade de investimento em nível estadual. Como garantir a preservação e o acesso à população de baixa renda a esses serviços em meio a tantos cortes?

Josan Leite - Esta pergunta trata de investimentos de programas Federais. Os programas existentes terão, sempre que preciso, a ajuda de nosso governo. Quanto à nossa parte, temos a consciência que o maior programa social é o trabalho e o desenvolvimento, para isso já estamos buscando investidores e empreendedores de outros estados, para implementar novos negócios, além de estamos planejando Alagoas para longo prazo. O que podemos garantir é que nosso Governo, que teremos mais investimentos em Educação e saúde, o que alimentará, também, os sonhos da classe mais necessitada e estaremos alinhados com o Governo Federal para que possamos aplicar estes recursos da forma mais eficiente possível e sem desvios, pela corrupção, visto que teremos um Governo técnico, com uso de tecnologia da informação e transparência.