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Polícia investiga caso de assédio em escola tradicional de São Paulo

Por Agora São Paulo 25/09/2018 10h10
Polícia investiga caso de assédio em escola tradicional de São Paulo
Outras 16 garotas alegam quem também são vítimas - Foto: Ilustração

A Polícia Civil investiga um suposto caso de assédio cometido por professor de educação física de 41 anos na Escola Estadual Professora Marina Cintra, na Consolação (região central), contra uma aluna de 11 anos. Outras 16 garotas, entre 11 e 14 anos, relataram à direção do colégio também terem sido vítimas.

Os depoimentos delas estão no livro de registros da escola, unidade tradicional da rede estadual. O professor nega as acusações.

Oficialmente, até ontem o delegado titular do 4º Distrito Policial (Consolação), Milton Toschi Junior, tinha instaurado inquérito para apurar o caso da aluna de 11 anos.

Os pais da criança registraram um boletim de ocorrência na última sexta-feira, após a filha relatar o que teria ocorrido durante a aula de educação física. Ontem, a menina prestou depoimento. A escola orientou as famílias das outras estudantes a procurar a polícia.

Acompanhada dos pais, a menina contou à reportagem que, durante a aula, após brincar de queimada, pegou um livro para folhear enquanto descansava. Foi quando o professor se aproximou, segundo ela. "Perguntou minha idade, se eu era virgem e se eu perderia a virgindade com ele. Foi quando levantei e liguei para minha mãe. Depois, fui na diretoria contar tudo", diz.

No boletim de ocorrência, ela disse ainda que o professor perguntou se ela mandaria 'nudes' (fotos nuas) para ele.

A Secretaria de Estado da Educação, sob gestão de Márcio França (PSB), afirmou por meio de nota que, após receber as "graves denúncias de pais e alunos" da escola Marina Cintra, o professor foi "imediatamente afastado e que não voltará à unidade".

A pasta diz que "repudia toda conduta desse tipo e considera o caso inadmissível".

Segundo a legislação, o docente tem três dias para apresentar sua defesa, durante o processo de averiguação aberto.

Testemunhas e vítimas também serão ouvidas.

Se comprovadas as denúncias, o contrato de trabalho será extinto e ele, demitido.

Também são investigados os relatos de que ele teria assediado alunas em outra escola.

O professor de educação física afirmou à polícia que as acusações são falsas e que estão causando "transtorno familiar" a ele.

A declaração foi dada ontem de manhã, ao registrar um boletim de ocorrência de ameaça.

O professor disse à polícia que está sendo acusado "injustamente", inclusive pelas redes sociais, e afirmou que teve a lataria do seu veículo amassada com chutes, na última sexta-feira.

A reportagem não localizou o profissional ontem.