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Trabalhadores da Eletrobras realizam paralisação de 48h contra privatização

Decisão foi tomada em assembleia da categoria realizada na última quarta-feira (19)

Por Redação, com assessoria 27/12/2018 09h09
Trabalhadores da Eletrobras realizam paralisação de 48h contra privatização
Trabalhadores da Eletrobras paralisam atividades por 48h - Foto: Sindicato dos Urbanitários

Após assembleia realizada na última quarta-feira (19), trabalhadores da Eletrobras Distribuição Alagoas decidiram paralisar as atividades por 48 horas nesta quinta-feira (27) e sexta-feira (28). O protesto é contra o leilão da Companhia Energética de Alagoas (Ceal), maior estatal alagoana, agendado para ocorrer amanhã. Durante a paralisação, apenas os serviços essenciais serão mantidos.

Segundo o Sindicato dos Urbanitários de Alagoas, a privatização das Distribuidoras da Eletrobras tem sido alvo de muitos questionamentos. Os leilões ocorridos até agora também sofreram uma série de adiamentos e questionamentos na Justiça.

Uma decisão do desembargador Marcos de Oliveira Cavalcante, do Tribunal Regional do Trabalho, chegou a suspender os efeitos dos leilões. Mas, na semana passada, o presidente do Tribunal Superior do Trabalho, João Batista Brito Pereira, validou as privatizações ocorridas até agora e, também, a manutenção do leilão da Ceal, o que ainda é motivo de questionamento na justiça.

Além disso, o Governo de Alagoas também cobra na justiça um ressarcimento da União pela aquisição do controle da Ceal, que pertencia ao Estado, durante a renegociação de dívidas em 1998. Uma liminar do Ministro Ricardo Lewandowski impedia a realização do leilão até que houvesse um acordo entre o governo estadual e a União. Apesar da queda da liminar, o ministro determinou a realização de uma perícia econômico-financeira para esclarecer a disputa entre as partes.

"Embora o Estado tenha recebido um adiantamento de R$ 229,7 milhões (a preços da época) pela compra da Ceal pela União, em 1998, o valor integral nunca foi pago. O governo alagoano cobra esse ressarcimento agora, que, atualizado, chegaria a R$ 1,7 bilhão, segundo o Estado. Há dúvidas se quem comprar a empresa terá que arcar com esse valor no futuro, caso a justiça confirme o débito", informou o sindicato.