Violência

Fervo da Lud, da cantora Ludmilla, tem confusão e bombas da polícia

A cantora lamentou o ocorrido ''a prioridade sempre será o bem-estar do público'', disse em nota.

Por Uol 05/03/2019 16h04
Fervo da Lud, da cantora Ludmilla, tem confusão e bombas da polícia
Foliã é carregada no meio da confusão no bloco Fervo da Lud, no Centro do Rio de Janeiro - Foto: Alexandre Durão/Código19/Estadão Conteúdo

Confusão e violência encerraram mais cedo o bloco Fervo da Lud, comandando pela cantora Ludmilla, que aconteceu hoje no Rio de Janeiro. A folia estava prevista para durar até as 14h, mas acabou cerca de uma hora e meia mais cedo.

Antes da confusão, dezenas de pessoas foram socorridas pelos bombeiros por efeitos do forte calor. A prefeitura ainda não informou quantas pessoas foram atendidas no bloco. Funcionários do posto médico, entretanto, afirmam que a maioria das entradas foi por cortes de vidro, inalação de gás lacrimogêneo e desmaios por causa do calor.

CLIMA RUIM

Desde cedo o clima no bloco estava carregado. A reportagem do UOL observou momentos antes da confusão alguns pontos de fragilidade na organização. O cordão de isolamento não conseguia abrigar todos os convidados e a imprensa, além de ser invadido a todo momento por foliões que não tinham permissão e, por vezes, eram retirados com truculência.

Enquanto o bloco passava pela avenida, PMs agiam de incisiva contra quem portava bebidas e ao menos dois isopores foram quebrados. A ação da PM foi mal recebida pelos foliões, que em vários momentos xingavam o policiamento.

A confusão começou quando um tumulto interrompeu a apresentação da cantora por volta de meio-dia. Em determinado momento, a polícia militar interveio com bombas de efeito moral, spray de pimenta e cassetetes, gerando corre-corre nas ruas do centro do Rio. A organização estima que 2 milhões de pessoas compareceram ao bloco.

FOLIÃO AGREDIDO

Um dos foliões chegou a provocar a PM com uma barra de ferro. Diversos policiais cercaram o homem e o agrediram com cassetetes. Bastante machucado, o homem, que não teve a identidade revelada, foi levado de ambulância para o hospital, acompanhado por cinco policiais. A polícia tentou impedir que jornalistas registrassem a agressão. "Não tira foto para não se complicar", disse um policial.

O folião que foi levado pela PM ao hospital já havia provocado os policiais militarem em ao menos dois momentos. No primeiro deles, o rapaz afirmou que duvidava que o policial tivesse coragem de agredi-lo. Em um segundo momento, ele provocou a Polícia Militar e tentou se esconder no meio dos foliões, mas foi capturado, agredido e ensaguentado, como registraram as imagens.

O homem foi levado para o hospital Souza Aguiar e depois será encaminhado para a 5ª DP, localizada no centro do Rio. Quatro policiais militares foram feridos na confusão e foram atendidos no hospital da Polícia Militar.

Por volta das 12h40, outra confusão começou. Todos os convidados já haviam descido da área de apresentação do trio e o som foi desligado, encerrando oficialmente o bloco.

O DJ Rennan da Penha afirmou ao descer do trio do bloco que a confusão não teve nada a ver com o funk que ele tocava quando a confusão generalizada interrompeu o bloco Fervo da Lud. "Antes a Ludmilla já tinha cantado funk, então não tem nada a ver com o ritmo. Tem a ver com pessoas que já saem de casa para arrumar confusão, aí juntam com a bebida alcoólica e o calor e dá nisso", disse.

LUDMILLA LAMENTA

A cantora Ludmilla divulgou uma nota em que lamenta a interrupção do bloco. "A cantora Ludmilla e equipe lamentam profundamente o encerramento do bloco antes do tempo previsto. O desfile foi preparado com muito carinho e profissionalismo para os fãs, foliões e amigos, mas a prioridade sempre será o bem-estar do público, portanto, devido a lamentável confusão ocorrida pouco tempo antes de seu término, optamos por encerrar mais cedo o bloco a fim de zelarmos pela segurança de todos".