Violência

Atlas da Violência aponta AL como o estado mais perigoso para negros

Números foram divulgados nesta quarta-feira (05) pelo Ipea

Por Marcos Filipe Sousa 05/06/2019 14h02
Atlas da Violência aponta AL como o estado mais perigoso para negros
Jovens são as principais vítimas de assassinatos em AL - Foto: Eric Dawison

Alagoas registrou queda no número de assassinatos entre os anos de 2016 e 2017. É o que aponta o Atlas da Violência 2019, produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quarta-feira, 5.

A públicação histórica traz o levantamente dos últimos dez anos, em 2007 o Estado registrava 59,5 mortes a cada 100 mil habitantes já em 2017 o número caiu para 53,7 mortes, representando uma queda de 0,9%.

Alagoas é o Estado onde a desigualdade racial dos homicídios fica mais evidenciada. Na última edição do Atlas, os números já haviam apontado que o estado apresentava a maior diferença na letalidade entre negros e não negros. Contudo, este fosso foi ampliado ainda mais em 2017, quando a taxa de homicídios de negros superou em 18,3 vezes a de não negros.

"De fato, é estarrecedor notar que a terra de Zumbi dos Palmares é um dos locais mais perigosos do país para indivíduos negros, ao mesmo tempo que ostenta o título do estado mais seguro para indivíduos não negros (em termos das chances de letalidade violenta intencional), onde a taxa de homicídios de não negros é igual a 3,7 mortos a cada 100 mil habitantes deste grupo. Em termos de vulnerabilidade à violência, é como se negros e não negros vivessem em países completamente distintos", traz o estudo.

Outro número negativo é o aumento de jovens assassinatos que em 2017 subiu para 5,1%. Somente em 2017 foram 1.134 mortes de jovens entre 15 e 29 anos.

O estudo identifica dois fenômenos no país: enquanto mais estados reduzem a taxa de letalidade violenta, há forte crescimento no Norte e no Nordeste. Em 2017, as taxas de homicídios por 100 mil habitantes foram bastante heterogêneas entre as unidades da Federação, variando de 10,3 em São Paulo a 62,8 no Rio Grande do Norte. Houve diminuição no Sudeste e no Centro-Oeste, estabilidade no Sul e crescimento acentuado no Norte e no Nordeste.