Política

1ª da lista do TSE 'esculhambou' Bolsonaro, diz filho

Nome de Daniela Teixeira foi chancelado por 10 ministros do STF, que aprovaram a lista tríplice na última quarta

Por Estadão 27/06/2019 16h04
1ª da lista do TSE 'esculhambou' Bolsonaro, diz filho
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro - Foto: Renato Costa / Framephoto / Estadão Conteúdo

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro, criticou nesta quinta-feira, 27, a primeira colocada da lista tríplice do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a advogada Daniela Teixeira.

Daniela, que disputa uma vaga para a Corte Eleitoral, já defendeu publicamente a condenação de Jair Bolsonaro no caso em que ele é réu por incitação ao crime de estupro. O episódio, utilizado por adversários do presidente na última campanha eleitoral, diz respeito às declarações de Bolsonaro de que a deputada Maria do Rosário (PT-RS) não "merecia ser estuprada".

Agora, na condição de presidente da República, caberá a Bolsonaro escolher um dos três nomes da lista tríplice para ocupar a vaga de ministro substituto do TSE. Segundo o Estado apurou, a decisão do presidente deve sair na próxima semana - as chances de Daniela são praticamente nulas, segundo uma fonte ouvida pela reportagem.

"Sobre nomeação para o TSE. Encheu a boca na tentiva (sic) de esculhambar com o deputado federal, agora quer cargo do presidente. Um forte abraço", escreveu Eduardo Bolsonaro no Twitter, finalizando a mensagem com um emoji caindo em risos.

O nome de Daniela foi chancelado por 10 ministros do STF, que aprovaram a lista tríplice em votação secreta ocorrida na última quarta-feira (26). Completam a lista os advogados Marçal Justen Filho, 9 votos, e Carlos Mário Velloso Filho, 8 votos.

Durante sessão da Câmara dos Deputados em setembro de 2016 sobre violência contra mulheres e a cultura do estupro, Daniela disse que "a violência no Brasil contra a mulher tem nome, ela é violência familiar acontece dentro de casa ou dentro do ambiente de trabalho. Enquanto esses agressores não forem punidos, a violência não vai diminuir".

"E eles devem ser punidos, sejam eles quem for, seja o marido da vítima, seja o coronel que está abusando de uma criança de dois anos, seja o promotor que está abusando de uma vítima durante uma audiência ou seja um deputado que é réu, sim, numa ação já recebida no STF. É o senhor, deputado Jair Bolsonaro, réu", afirmou a advogada. Bolsonaro acompanhou a sessão e ouviu a mensagem dela.