Polícia

Advogados de hacker afirmam que ele deixou cópias das conversas com pessoas dentro e fora do país

Defesa diz que Neto não é filiado a partidos e é “desinteressado em política institucional”

Por Jovem Pam 28/07/2019 19h07
Advogados de hacker afirmam que ele deixou cópias das conversas com pessoas dentro e fora do país
Outro suspeito afirmou que ele é simpatizante do PT e que pretendia vender as mensagens acessadas para o partido - Foto: Reprodução

A defesa de Walter Delgatti Neto, um dos presos acusados de hacker o celular do ministro da Justiça, Sergio Moro, e de mais mil autoridades, divulgou uma nota neste domingo (28) que informa que ele deixou cópias de conversas com terceiros dentro e fora do país.

“Para todos os fins, registra, por pertinente, que o conjunto das informações está devidamente resguardado por fiéis depositários, nacionais e internacionais”, diz um trecho do texto.

Segundo os advogados Luis Gustavo Delgado Barros e Fabrício Martins Chaves Lucas, Neto não é filiado a partidos e é “desinteressado em política institucional”. Eles afirmam ainda que o cliente acredita que “os serviços online e o poder público deveriam testar segurança de aplicativos como o Telegram”, usado por ele para acessar os aparelhos das autoridades.

Em depoimentos à Polícia Federal, os outros três presos suspeitos pela invasão de dados apresentaram versões nas quais tratam Neto, conhecido como “Vermelho”, como o líder do grupo.

O DJ Gustavo Henrique Elias Santos afirmou que Delgatti Neto é “simpatizante do PT” e que pretendia vender as mensagens acessadas para o partido. Na semana passada, a informação que circulou é que ele era filiado ao DEM de Araraquara (SP), segundo o site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Após a informação ser revelada, o partido informou que o havia expulsado.

Entenda

Os quatro foram presos na última semana na Operação Spoofing, deflagrada pela Polícia Federal. De acordo com as autoridades, aproximadamente mil contas telefônicas foram alvos dos criminosos, incluindo a do presidente Jair Bolsonaro.

O padrão de ação dos hackers foi identificado em dez dias pelos policiais. Depois, foram localizados os IPs dos equipamentos e feito o rastreamento do grupo. Trata-se de um bando com perfil de estelionato eletrônico, especialista em fraudes bancárias, inclusive envolvendo cartões de débito e crédito.