Economia

Desemprego aumenta e repercute no consumo das famílias, que cai 0,7% em julho

De janeiro a junho deste ano, Maceió perdeu 1.406 postos de trabalho

Por Assessoria 21/08/2019 09h09
Desemprego aumenta e repercute no consumo das famílias, que cai 0,7% em julho
Centro de Maceió - Foto: Ascom/Fecomércio

Após apresentar elevação entre os meses de maio e junho, o Índice de Consumo das Famílias recuou 0,7% em julho, conforme a pesquisa do Instituto Fecomércio AL desenvolvida em parceria com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Na variação anual, o consumo de julho deste ano foi 3,23% acima do mesmo mês no ano anterior.

De acordo com o assessor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio/AL), Felippe Rocha, os dados refletem a conjuntura econômica do país. Considerando que o primeiro trimestre de 2019 apresentou queda de 0,2% do PIB comparado ao mesmo período de 2018.

“Além disso, os dados econômicos reforçam nova queda de mesmo valor no segundo trimestre de 2019, gerando o que podemos chamar de recessão técnica, quando dois trimestres repetem queda da atividade econômica”, explica.

Contexto

Em Maceió, os dados Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) demonstram que entre janeiro a junho há saldo líquido negativo na criação de postos de trabalho, ou seja, houve mais demissões do que admissões, resultando na perda de 1.406 de empregos em Maceió.

Na microrregião de Maceió, que além da capital inclui Rio Largo, Marechal Deodoro, Pilar e Satuba, a perda de postos de trabalho é de 6.779 no mesmo período, o que acaba por impactar na economia de Maceió, pois a circulação de pessoas destas localidades geram um efeito positivo no consumo da capital. Considerando o Estado de Alagoas, foram fechados 23.224 postos de trabalho.

Com menos postos de trabalho, menos pessoas ativas economicamente e, consequentemente, menos consumo, já que as pessoas tendem a priorizar o dinheiro que lhe resta com gastos essenciais. Nessa perspectiva, a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) realizada pelo IBGE aponta que, entre janeiro a junho, o volume de vendas caiu 3,5%, enquanto a receita nominal do Comércio se elevou 0,6%. Na variação mensal, a PMC destaca queda de 2% do volume de vendas de junho ante maio e de 2,5% na receita nominal, em igual período.

No setor de Serviços, a variação mensal divulgada pela Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), também do IBGE, mostra crescimento de 1,6% na receita mensal (junho ante maio) e aumento de 1% nos serviços prestados (junho ante maio). No acumulado de janeiro a junho, o setor acumula queda de 3,2% na receita e de 4,6% no volume de serviços prestados.

“Ao compreendermos a situação da economia brasileira, estadual e municipal, percebemos com bastante clareza a queda do consumo das famílias por conta da incerteza econômica e prudência”, diz Felippe, mencionando que na pesquisa do Instituto Fecomércio AL, o indicador do consumo aponta que mesmo com alta na confiança da permanência em seu posto de trabalho (2,6%), o consumidor reduziu em 7% o uso do cartão de crédito, consumiu 1,7% a menos do que em julho de 2018 e pretende consumir 4,7% a menos no restante do semestre (comparando ao ano passado e reduziu seu consumo de bens duráveis em 0,1% comparado a junho.

“Os dados acima apresentados mostram que a economia brasileira permanece patinando. A expectativa é que os desdobramentos do segundo semestre e a liberação do saque de quantia até R$ 500 por conta ativa ou inativa do FGTS tragam fôlego ao consumo em todo o Estado de Alagoas”, analisa Felippe.