Justiça

OAB/AL acompanha caso de idoso resgatado em condições análogas à escravidão

Idoso de 73 anos trabalhava das 5h às 18 sem descanso e sem alimentação de qualidade

Por Redação, com assessoria 23/08/2019 10h10
OAB/AL acompanha caso de idoso resgatado em condições análogas à escravidão
Local em que o idoso estava - Foto: Ascom PC/AL

O caso do idoso Francisco Bezerra da Silva, de 73 anos, que vivia no assentamento Santa Quitéria, em União dos Palmares em situação análoga à escravidão está sendo acompanhado pela Comissão Especial do Idoso da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Alagoas que solicitou investigação do caso à Procuradoria-Geral do Trabalho.

De acordo com o presidente da Comissão, Gilberto Irineu, informações que constam no inquérito policial apontam que o idoso, identificado como Francisco Bezerra, começou a trabalhar no local há cerca de três anos e que, inicialmente, receberia R$ 300 por mês pelo serviço braçal. 

No entanto, o dono do loteamento, identificado como Adenilson da Silva, pagava R$ 200 por mês no início e, atualmente, não estava realizando os pagamentos.

“Ele vivia em condições desumanas. Trabalhava de 5h às 18 sem descanso, sem água e sem alimentação de qualidade. Ele não recebia mais o dinheiro e não tinha cama para dormir. Essa situação é insalubre, análoga à escravidão. Solicitamos o acompanhamento da Procuradoria para que as medidas cabíveis sejam tomadas e que o idoso receba pelos danos e trabalho exercido por ele ”, afirmou o presidente da comissão. 

Nesta quinta-feira (22), Francisco e Adenilson foram encaminhados para a Delegacia Regional de União dos Palmares. O caso foi denunciado por populares da região que tinham conhecimento da situação do idoso. Francisco prestou depoimento e será encaminhado para a casa dos familiares, que também residem em União dos Palmares.

Para o presidente da OAB/AL, Nivaldo Barbosa Jr., é de extrema importância o acompanhamento do caso. “Servir à sociedade é o objetivo das nossas comissões, que conta com competentes profissionais para exercer essas funções. Casos como esses precisam ser acompanhados, divulgados e denunciados”, destacou o presidente.