Polícia

Governo investiga ‘Dia do Fogo’ no Pará, com suspeitas contra produtores e até ICMBio

Houve aumento repentino do fogo e jornal cita diversos suspeitos

Por Poder 360 25/08/2019 18h06
Governo investiga ‘Dia do Fogo’ no Pará, com suspeitas contra produtores e até ICMBio
Forças Armadas começam a combater incêndios na Amazônia - Foto: reprodução

O ministro Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública) disse na tarde deste domingo (25.ago.2019), em sua conta no Twitter, que a pedido do presidente Jair Bolsonaro a PF (Polícia Federal) vai apurar 1 suposto “Dia do Fogo”, como teria ficado conhecido o dia 10 de agosto em Altamira, município no Pará (PA). De acordo com uma reportagem do Globo Rural, focos de incêndio na Amazônia tiveram 1 aumento repentino nesta data.

O texto levanta suspeitas sobre produtores, grileiros e até sobre o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade). Há, portanto, versões correspondentes aos discursos do governo e da oposição.

Já havia uma investigação do Ministério Público em andamento desde a data do fato relato. O pedido do governo federal, porém, acontece só neste domingo (25.ago), quando a matéria foi publicada mencionando também uma suspeita sobre o ICMBio.

A reportagem afirma que “mais de 70 pessoas”, “entre sindicalistas, produtores rurais, comerciantes e grileiros”, combinaram pelo WhatsApp de atear fogo às margens da BR-163. A ideia seria mostrar ao presidente Jair Bolsonaro que apoiavam suas políticas de afrouxamento da fiscalização do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). A Polícia Civil apurava esta suspeita a pedido do Ministério Público de Novo Progresso.

Só que a mesma reportagem também mostra uma pecuarista identificada como Nair Brizola acusando os incendiários de serem do ICMBio. Este órgão teve corte de recursos na atual gestão, o que vai de encontro às declarações do presidente. Ele tem repetido que grupos insatisfeitos com o fim da verba repassada pelo governo podem ter “potencializado” as queimadas, mas sem mostrar provas.

A matéria ainda inclui 1 outro relato, de que uma área de mata foi queimada, sendo que o “fogo foi colocado estrategicamente circundando a floresta, bem no horário em que o vento carrega as chamas para o interior dela”.

No momento em que a equipe de reportagem estava lá, um tratorista teria passado uma grade no entorno do terreno, preparando para o plantio de grãos. Questionado sobre quem teria incendiado o local, ele diz que o fogo “veio do outro lado”, onde, diz a reportagem, não havia fogo nenhum.

A abertura da investigação a pedido de Bolsonaro também foi confirmada pelo ministro Ricardo Salles (Meio Ambiente). Ele confirmou o contato do presidente pelo Twitter e, ao Poder360, afirmou que saberá de mais detalhes da apuração nesta 2ª feira (26.ago.2019). Disse ainda que os culpados serão punidos, se identificados.

“Vamos apurar a partir desses fatos. Sem indicar culpados antes de ter provas. Seguir o caminho correto de investigação, e quem for o culpado, se conseguirmos identificar, será punido não importa quem seja.”

O ICMBio foi procurado e ainda não respondeu.