Brasil

Polícia Federal investiga origem de manchas de óleo em praias do Nordeste

Superintendência do Rio Grande do Norte é responsável pela apuração

Por G1 02/10/2019 17h05
Polícia Federal investiga origem de manchas de óleo em praias do Nordeste
Manchas escuras também foram vistas na praia de Camurupim, no RN - Foto: Redes sociais

A Polícia Federal do Rio Grande do Norte instaurou um inquérito para investigar a origem das manchas de óleo encontradas em várias praias do Nordeste no mês de setembro. A apuração sobre a possibilidade da ocorrência de dano ambiental começou ainda no mês passado, mas só foi divulgada nesta quarta-feira (2).

De acordo com a PF, o inquérito foi aberto por "ato de ofício" quando surgiram as primeiras informações sobre o fato. Um total de 115 locais de oito estados do Nordeste já tiveram registro de manchas. O Rio Grande do Norte é o estado mais atingido com 43 pontos.

"As investigações estão concentradas na Superintendência Regional da PF no Rio Grande do Norte, contando com a participação das áreas de combate aos crimes ambientais, de inteligência e de perícia", informou a corporação.

Uma investigação inicial aponta que o material que está poluindo as praias tem a mesma origem, mas ainda não é possível afirmar de onde ele viria. A Petrobras confirmou que se trata de petróleo cru, que não é produzido no Brasil.

A Marinha informou que trabalha com a análise das substâncias encontradas na costa nordestina para saber o tipo de material encontrado e, assim, descobrir de qual bacia sedimentar o material foi coletado.

Segundo o capitão dos portos de Pernambuco, Maurício Bravo, há a confirmação de que o petróleo encontrado em quatro estados tem a mesma origem. O material achado nos outros quatro seguem sob investigação.

Animais atingidos

O óleo já atingiu ao menos onze tartarugas e uma ave bobo-pequeno ou furabucho (Puffinus puffinus), conhecida pela longa migração. Sete tartarugas foram encontradas mortas ou morreram após o resgate. A ave também não resistiu ao óleo.

Em nota, a PF ainda disse que as diligências estão em andamento desde a instauração do inquérito policial e contam com a participação de instituições como o Ibama, a Marinha do Brasil, Universidade Federal Rural de Pernambuco e o Ministério da Defesa.

Nesta terça-feira (1º), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) informou que aumentou para 115 o número de localidades afetadas. Uma reunião foi realizada no Recife, durante a tarde, e contou com representantes de seis dos nove estados nordestinos, para discutir estratégias para diminuir os impactos. A Bahia foi o único estado da região que não foi afetado.