Meio ambiente

Em audiência sobre óleo nas praias, deputados discordam sobre decreto de emergência

Sílvio Camelo acredita que decisão vai afetar turismo e economia de AL

Por 7Segundos 21/10/2019 19h07
Em audiência sobre óleo nas praias, deputados discordam sobre decreto de emergência
Manchas de óleo estão espalhadas pelas praias de Alagoas - Foto: Assessoria

Durante audiência pública sobre o óleo que afeta as praias alagoanas nesta segunda-feira (21), os deputados estaduais cobraram ações do Governo Federal, do Governo do Estado e pediram recursos para os municípios atingidos.

O deputado Davi Maia (DEM), presidente da Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE), cobrou o decreto de estado de emergência ambiental por parte do Governo de Alagoas.

Davi Maia também reclamou da omissão e da vagarosidade do Governo Federal. Para ele, se o crime ambiental tivesse ocorrido no Sul ou Sudeste, a situação seria diferente.

“70% da carga está nas mãos dos municípios. O governador demorou pelo menos 39 dias para ir as praias. Quando os municípios vão receber recursos? O decreto de emergência vai sair? ”, questionou o parlamentar.

O deputado Inácio de Loiola (PDT) também cobrou ações do Governo Federal. “O Governo Federal está no Japão e não está dando a mínima atenção para o maior crime ambiental do Nordeste”, afirmou.

O secretário de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), Fernando Pereira, explicou as frentes em que o Governo do Estado está trabalhando para conter o avanço do óleo.

Ele ressaltou o trabalho do Grupo Técnico de Acompanhamento (GTA) e anunciou que o Instituto de Meio Ambiente (IMA) vai contratar 300 pessoas para trabalhar na descontaminação das praias.

“A gente limpa e aguarda o próximo dia. Quero agradecer e parabenizar a Marinha, Ibama, Biota, ICMBIO, Seris e outros pela união”, disse.

Impacto no turismo

Para o representante do setor de hotelaria de Alagoas, Ricardo André, decretar estado de emergência vai acarretar em um buraco imenso no turismo alagoano.

“Após a Bahia decretar estado de emergência, dois grandes hotéis tiveram mais de 120 cancelamentos. Bem ou mal, poder chegar a um prejuízo de R$ 400 milhões”, explicou.

O líder do governo na Assembleia Legislativa de Alagoas, Silvio Camelo (PV), defendeu a preservação do turismo.  

“Estamos no caminho certo. O Governo Federal, IMA, Ibama estão combatendo a crise. Daqui há dez dias, deve estar resolvido. Tem que se preocupar sim, mas tem que ver o que é menos danoso para o estado. Ficou claro que não cabe decreto de emergência por parte do Governo do Estado”, disse o parlamentar.

Durante audiência, representantes do Ibama disseram que é cedo para divulgar que as praias alagoanas estão próprias para banho e que decretar estado de emergência é “questão de saúde pública”.