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Por que o serviço de cartão de crédito da Apple está sendo acusado de sexismo

Usuários têm relatado que mulheres estão recebendo limites de crédito menores que os dos homens, e algoritmo usado está sendo investigado por uma agência reguladora.

Por BBC News 11/11/2019 16h04
Por que o serviço de cartão de crédito da Apple está sendo acusado de sexismo
Cada vez mais decisões financeiras são tomadas por algoritmos, mas nem sempre essas decisões são as melhores possíveis - Foto: Reprodução

A agência reguladora de Wall Street abriu uma investigação contra a Apple, depois de a empresa ter sido acusada por usuários nos EUA de oferecer limites de crédito muito maiores a consumidores homens do que a mulheres com seu cartão de crédito Apple Card.

O influente programador dinamarquês David Heinemeier Hansson foi um dos que iniciaram a discussão no Twitter, onde chamou o funcionamento do cartão de "sexista".

"Minha mulher e eu fazemos declaração conjunta de Imposto de Renda, vivemos no mesmo imóvel e estamos casados há muito tempo. Mesmo assim, os algoritmos da Apple acham que eu mereço um limite de crédito 20 vezes maior que o dela", afirmou, em um tuíte que teve milhares de compartilhamentos, acrescentando que não recebeu nenhuma resposta convincente do atendimento ao consumidor da Apple — apenas que a questão era definida pelo algoritmo.

Até mesmo Steve Wozniak, cofundador da Apple (mas que não trabalha na empresa desde os anos 1980), afirmou que o mesmo aconteceu com ele e sua mulher — e também criticou a dificuldade em corrigir erros nos algoritmos das empresas de tecnologia atualmente.

"(Eu e minha mulher) temos diferença de 10 vezes em nosso limite de crédito no Apple Card", afirmou. "Um gerente humano de nível (hierárquico) inferior deveria ter autorização para corrigir sua situação", agregou em resposta a Hansson.

"Mas esses valores bons não se estendem a companhias de tecnologia atualmente. (...) Vai saber o que é o algoritmo. Claramente, um humano tomaria as atitudes corretas, mas a tecnologia é mais importante que pessoas nos dias de hoje."