Polícia

Operação Flash Back: DNA de presos serão inseridos em banco nacional

Força-tarefa cumpriu 66 mandados de prisão em Alagoas

Por 7Segundos 27/11/2019 12h12
Operação Flash Back: DNA de presos serão inseridos em banco nacional
Coletiva dá detalhes da operação Flash Back - Foto: Angelo Farias/7Segundos

Em coletiva à imprensa, no final da manhã desta quarta-feira (27), as forças de segurança pública de Alagoas apresentaram um balanço da operação Flash Back deflagrada, nas primeiras horas de hoje. O objetivo do trabalho, que iniciou em abril deste ano, visava combater o principal núcleo da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), com base no Mato Grosso do Sul, de onde saem as ordens de justiçamento para todo Brasil, sob comando do traficante identificado como “Maré alta”, que teria substituído o antigo líder da facção, Marcola.

A operação buscou cumprir, ao todo, 110 mandados de prisão nos estados de Alagoas, Sergipe, Pernambuco, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná e Tocantins. Destes, 80 mandados já foram cumpridos e os demais estão em execução. Em Alagoas, nove municípios foram alvos da ação e até o momento foram cumpridos 66 mandados de prisão. Os acusados são suspeitos de crimes como: execuções sumárias de rivais ou inocentes, sequestros, tráfico de drogas e assaltos. Um dos alvos da operação foi morto em confronto com policiais no município de Arapiraca.

Em Alagoas foram presos: Anderson Valério Reis Carvalho, vulgo Assustado; Clodoaldo Soares da Silva Júnior, vulgo Anjo Negro; Danilo Vitor Almeida de Farias, vulgo Clebinho/Realidade; Juannely Silva Rosalino de Oliveira, vulgo Cena Triste; Fábio Inácio da Silva, vulgo Aloprado; Pedro Lucas da Silva Melo; Pedro Lucas da Silva Melo, vulgo Mexicano; Anderson Eduardo Farias Gomes, vulgo Ezequiel; David Anderson da Silva Melo, vulgo Deivinho; Maurício da Silva Alves, vulgo Mago Dragão; Cristiano Nunes Magalhães da Silva; Anderson Bezerra Serranegra, vulgo Mata; Cícera de Oliveira Santos, vulgo Seu Titio; Willames da Silva, vulgo Bills; Maria Tayane Nascimento de Lira, vulgo Mente Fria; Vilma de Oliveira; Ulisses Pereira, vulgo Iluminado; Clebson Silva dos Santos, vulgo Meia-Noite e em flagrante, com uma arma de fogo, foi preso Eduardo Vicente Soares.

O alvo da operação que foi morto em confronto foi identificado como Vulgo Maceió. O fato aconteceu no bairro Manoel Teles, no município de Arapiraca, no Agreste de Alagoas. Há informações de que esse suspeito estaria ligado ao PCC e tem mais de 10 homicídios na ficha criminal. Ele teria deixado o Sistema Prisional recentemente. 

Com os presos, foram apreendidos simulacro de arma de fogo, drogas, motocicletas roubadas, equipamentos eletrônicos revólver calibre 38, celulares, agendas e material escrito. Todo material será periciado e os presos interrogados antes de serem transferidos para presídios federais, devido ao alto grau de periculosidade. "Outra medida que vamos apoiar é a extração de dados do DNA dos investigados. Esse material será extraído com kits fornecidos pelo Ministério da Justiça e inserido no banco nacional de perfis genéticos, e dessa forma, esses investigados ficarão permanentemente identificados", informou  o delegado Mário Jorge, da Polícia Civil.

Um levantamento feito pelo major Jatobá, subcomandante do Batalhão de Operações Especiais (Bope), em Alagoas, constatou que 40% dos municípios alagoanos tem membros do PCC. Antes de mostrar o balanço, o major explicou como funcionam as facções criminosas. Segundo ele, uma facção criminosa é classificada como um grupo de pessoas que articulam de forma organizada e planejada ações criminosas como homicídios, assaltos, vandalimo urbano e rebeliões em presídios. "É a prática de um crime a mando de um grupo que tem o seu próprio nome, líderes e níveis hierárquicos muito bem definidos", explicou.

Na ocasião, o major Jatobá explicou a nomeclatura da operação. Segundo ele, alguns dos alvos seguiam em liberdade e outros praticavam os crimes no Sistema Prisional. "Por isso, o nome da operação Flash Back. Já recolhidos, eles voltavam a atuar no crime, a reincidir no mesmo crime que cometia". Durante as investigações, foi constatado que os alvos sempre falavam com outras pessoas, de outros estados.

As operação teve início em Alagoas onde há altos registros de mortes no "tribunal do crime". Nessas execuções, inimigos do PCC acabam torturados e sentenciados à morte por líderes da facção, que acompanham os assassinatos em tempo real. "A Secretaria de Segurança Pública de Alagoas resolveu chamar os estados da federação a fim de formar parceria para localizar os alvos e levar a situação para o Ministério da Justiça, abrangendo a operação", complementou o major Jatobá. 

Participaram da operação a Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP/AL), Ministério da Justiça, Ministério Público do Estado de Alagoas, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e do Grupo Nacional de Combate às Organizações Criminosas (GNCOC), a 17ª Vara Criminal da Capital, Batalhão de Operações Especiais (Bope) e a Secretaria de Ressocialização e Inserção Social (Seris).