Economia

Consumo das famílias maceioenses cai 0,3% em novembro

Descontos da Black Friday estimularam as compras em alguns segmentos

Por Assessoria 18/12/2019 12h12
Consumo das famílias maceioenses cai 0,3% em novembro
Centro de Maceió - Foto: Assessoria

O consumo da capital alagoana vivencia oscilação nos últimos quatro meses. Segundo dados do Instituto Fecomércio AL, em parceria com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), as pesquisas do Índice de Consumo das Famílias (ICF) demonstram que de julho a setembro foram três quedas consecutivas, enquanto em outubro houve aumento do consumo. Já em novembro, os dados apontam para uma nova queda, confirmando a instabilidade na aquisição de bens e serviços na capital.

Na análise do assessor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio AL), Felippe Rocha, mesmo com a Balck Friday e promessa de grandes descontos, não houve grande efeito nas expectativas de consumo dos maceioenses. Tanto que, na variação mensal, em novembro houve queda de 0,3% neste indicador.

No contexto geral, apesar de ter havido saldo líquido positivo na geração de postos de trabalho na capital entre julho a outubro (foram 609), ainda não é suficiente para atender à demanda de desempregados. Essa dificuldade na geração de empregos e, consequentemente, de gerar renda entre os consumidores, reduz as possibilidades de crescimento do volume de vendas do Comércio varejista, que acumulou -2,9% de perda no volume de vendas. “Assim, mesmo no segundo semestre, quando a economia alagoana está bem aquecida, com maiores investimentos e preparativos para o Natal, houve uma queda de 0,4% na confiança sobre a manutenção do emprego atual”, observa o economista. Também houve redução na perspectiva de melhora profissional, seja por promoção ou aumento salarial, ficando em -1,7% em novembro.

Em termos de renda atual, os indicadores vinham apresentando melhora devido à inflação menor mês a mês, fruto da baixa demanda na economia. Contudo, devido ao aumento dos preços das carnes bovina, avícola e suína, por conta da forte demanda chinesa – fruto de um surto de febre suína, inviabilizando a produção local e tendo que buscar um fornecedor estrangeiro -, a inflação do mês de novembro encerrou com um incremento de 0,51%, sendo a pior inflação do mês dos últimos 4 anos. Com isso, a renda atual, comparada a novembro de 2018, apresentou estagnação.

Ainda comparando o desemprenho de novembro com o mesmo mês do ano passado, as compras a prazo estão – 0,8% menor. Na comparação com o acumulado entre janeiro e novembro de 2018, a redução é de – 1,4%. Avaliando estes dados, o economista acredita que tendência será um consumo menor em 2020. “A perspectiva de consumo para os próximos meses, já contando os meses após a virada do ano, é de consumir ainda menos. Os preços de bens de consumo muito demandados cresceram até 35% em algumas regiões do país, o que inibe o consumidor”, diz Felippe, acrescentando que a perspectiva de consumo caiu -5,1%.

Ainda segundo o especialista, nem todos os indicadores foram negativos. Apesar de não ter alavancado a expectativa de consumo geral, a Black Friday estimulou o aumento de 11,2% na intenção de adquirir bens duráveis. “Muitos descontos permitiram o estímulo necessário do consumo em alguns segmentos do mercado, mas não foram suficientes para elevar o consumo geral dos indivíduos da região’, ressalta.