Economia

Aumento da passagem em Maceió pode impactar economia de forma negativa

Proposta já gerou protestos nos bairros Garça Torta e Benedito Bentes

Por 7Segundos 07/01/2020 07h07
Aumento da passagem em Maceió pode impactar economia de forma negativa
Terminal de ônibus do Conjunto Luiz Pedro III - Foto: Marco Antônio/ Secom Maceió

A proposta de aumento da passagem de ônibus em Maceió, que irá alterar o preço de R$ 3,65 para R$ 4,10, já gerou os primeiros protestos nesta segunda-feira (06). Os manifestantes se reuniram na rodovia AL-101 Norte, em Garça Torta, e bloquearam a Ecovia Norte, no Benedito Bentes.

Até ser sancionada pelo prefeito Rui Palmeira (PSDB), a proposta deve ser alvo de atos e mobilizações por parte de parlamentares e até do Ministério Público Estado (MPE) de Alagoas.

Em entrevista ao 7Segundos, o professor e mestre em Economia Aplicada pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Lucas Sorgato, disse que a alteração pode impactar a economia do município de forma negativa.

“A população, que depende do transporte público, começa a gastar mais com passagem e deixa de gastar com itens de consumo, como alimentação e vestuário, gerando uma menor renda disponível no mercado. Se gasta mais com transporte e menos com uma cadeia produtiva maior”, explicou.

Para Lucas Sorgato, o trabalhador que ganha até um salário mínimo e os estudantes são os mais afetados com o aumento de 12,3% da passagem, o segundo maior aumento dos últimos dez anos.

De acordo com economista, o trabalhador terá que desembolsar R$ 213 por mês com transporte, o que significa 20% do salário mínimo atual, que subiu apenas 4,1% em 2020.

“O trabalhador vai pegar esse custo adicional e retirar de outra despesa, reduzindo a qualidade de vida dele. Porque aquilo que ele utilizava para alimentação, vestuário ou educação será alterado para honrar a passagem de ônibus. Ele terá que reduzir a qualidade de vida em outras situações”, prevê.