Política

Exonerado por usar avião da FAB para ir à Índia é nomeado para novo cargo na Casa Civil

Ex-número 2 da Casa Civil foi demitido por Bolsonaro, que considerou voo com dinheiro público 'imoral'

Por G1 29/01/2020 21h09
Exonerado por usar avião da FAB para ir à Índia é nomeado para novo cargo na Casa Civil
O presidente Jair Bolsonaro cumprimenta o então ministro-chefe da Casa Civil em exercício, Vicente Santini, ao chegar em Nova Deli, na Índia - Foto: Divulgação/ Presidência da República/Alan Santos

O ex-secretário-adjunto da Casa Civil da Presidência da República Vicente Santini, exonerado nesta quinta-feira (29) pelo presidente Jair Bolsonaro por ter usado um voo da Força Aérea Brasileira para viajar à Índia, foi nomeado novamente para a Casa Civil.

A nomeação para o novo cargo foi publicada em edição extra do "Diário Oficial da União" no início da noite, horas depois da exoneração. Segundo o texto, Santini será assessor especial da Secretaria Especial de Relacionamento Externo da Casa Civil.

No cargo de "número 2" da Casa Civil, de natureza especial, Santini recebia um salário bruto de R$ 17.327,65 mensais. No novo cargo, de categoria DAS 102.6, a remuneração prevista é de R$ 16.944,90 (R$ 382,75 a menos).

Em nota, a Casa Civil declarou que "o presidente [Bolsonaro] e Vicente Santini conversaram, e o presidente entendeu que o Santini deve seguir colaborando com o governo".

Voo e demissão

A demissão de Santini foi anunciada pelo presidente Jair Bolsonaro na terça (28), assim que retornou da viagem oficial à Índia. Foi oficializada no "Diário Oficial da União" na manhã desta quinta.

Na mesma edição do "Diário Oficial", foi publicada a nomeação do novo secretário-executivo da Casa Civil, Fernando Wandscheer de Moura Alves, que já pertencia à equipe da pasta. É Fernando Moura quem assina a nomeação de Santini para o novo cargo.

Vicente Santini utilizou voos da Força Aérea Brasileira (FAB) para acompanhar comitivas do governo em viagens oficiais à Suíça e à Índia. Ele viajou na condição de ministro em exercício, já que o titular da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, está em férias.

Bolsonaro ficou irritado e argumentou que Santini poderia ter viajado em voo comercial, como outros ministros fizeram. A Força Aérea Brasileira (FAB) e a Casa Civil afirmaram que o voo cumpriu as disposições legais, mas Bolsonaro classificou o ato como "imoral".

"O que ele [Santini] fez não é ilegal, mas é completamente imoral. Ministros antigos foram de avião comercial, classe econômica", afirmou o presidente.