Clima

Janeiro de 2020 foi o mais quente já registrado no Planeta

Serviço europeu Copernicus captou a continuidade da tendência de temperaturas recordes

Por AFP 04/02/2020 17h05
Janeiro de 2020 foi o mais quente já registrado no Planeta
Praia do Hawaí nos EUA - Foto: Reprodução

O ano de 2020 começou com o janeiro mais quente já registrado no Planeta, com temperaturas um pouco superiores às do primeiro mês de 2016, anunciou nesta terça-feira (4) o serviço europeu Copernicus sobre mudanças climáticas.

Após uma década com temperaturas recordes, que terminou com um 2019 considerado o segundo ano mais quente já registrado, a década de 2020 já se iniciou mantendo a tendência.

Em janeiro passado, a temperatura média do globo terrestre superou em 0,03°C a de janeiro de 2016, até então o janeiro mais quente já registrado, e foi 0,77°C mais quente que a média para o primeiro mês do ano no período de referência 1981-2010, segundo um comunicado do Copernicus.

A maioria das regiões do mundo experimentou temperaturas acima da média, especialmente a Europa, que registrou 3,1°C a mais que a média do período de referência 1981-2010. 

No nordeste da Europa - Escandinávia e parte da Rússia - a diferença superou 6°C com relação ao período 1981-2010.

Segundo o Copernicus, os anos mais quentes foram registrados no último período de cinco anos, quando os termômetros subiram entre 1,1º e 1,2°C com relação à temperatura da era pré-industrial. A década de 2010-2019 foi a mais quente desde o início das medições.

O ano de 2019 foi o segundo mais quente já registrado, apenas 0,04°C a menos que 2016, o ano mais quente, ainda que marcado por um episódio de El Niño muito intenso.

Devido às emissões de gases com efeito estufa gerados por atividades humanas, o planeta já esquentou pelo menos 1°C com relação à era pré-industrial.

No ritmo atual, o planeta poderá esquentar até 4º ou 5°C até o fim do século.

Sol

Já um enorme telescópio americano situado no topo de uma ilha vulcânica do Pacífico fotografou o Sol com uma resolução inédita, permitindo ver bolhas de plasma do tamanho da França. E para o diretor do telescópio, "isto é apenas o começo". O sol é uma bola de plasma (gás submetido a altíssima temperatura),  observada com telescópios há séculos e por satélites há décadas.

Mas a resolução das imagens sempre foi limitada. Um telescópio espacial japonês, Hinotori, tinha, por exemplo, uma abertura de 50 cm. O modelo Daniel K. Inouye, na ilha havaiana de Maui, tem uma abertura de quatro, metros, o maior espelho do mundo para um telescópio solar.

"Essas imagens têm a maior resolução já vista", diz Thomas Rimmele, diretor do telescópio de 344 milhões de dólares, de Boulder (Colorado), sede do National Solar Observatory, uma instituição pública americana.

Em imagens e vídeos, pode-se ver bolhas que crescem e sobem para a superfície antes de mudar de cor. São bolhas de plasma que aquecem e esfriam. Cada célula da imagem tem mais ou menos o tamanho da França.  Após nove anos de construção, o telescópio foi usado pela primeira vez em 10 de dezembro. "Foi muito emocionante", lembra o diretor. "É o trabalho da minha vida".