Economia

Gastos com impostos e educação aumentam e já alcançam 205 mil consumidores em Maceió

Endividamento aumentou 3,5% somente no mês de janeiro na capital

Por Fecomércio 07/02/2020 16h04
Gastos com impostos e educação aumentam e já alcançam 205 mil consumidores em Maceió
Endividamento - Foto: Reprodução

O mês de janeiro chegou trazendo impostos de início de ano, como IPTU e IPVA. Se estas despesas já exigem uma organização no orçamento para serem quitadas, imagina somar a elas os custos com matrículas e materiais escolares, além de despesas extras com as férias e as tentações de consumo nas queimas de estoque. Em meio a esse cenário, fica fácil entender a elevação de 3,05% constatada pela Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) realizada pelo Instituto Fecomércio AL, em parceria com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

De acordo com o levantamento, no primeiro mês do ano 205 mil pessoas disseram estar com dívidas. Em termos anuais, o maceioense está 9,2% mais endividado do que em janeiro de 2019. Para o assessor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio AL), Felippe Rocha, com as despesas características de início de ano, o endividamento passa a ser uma necessidade para parte dos consumidores, principalmente aqueles que já andam com a renda familiar comprometida com as contas cotidianas. “Caso a pessoa não se programe ao longo do ano ou, até mesmo, não reserve parte do décimo terceiro para amenizar esses custos, acaba por buscar alternativas financeiras que, a longo prazo, prejudique até as contas mensais, a exemplo dos empréstimos. Por isso, planejamento é fundamental”, avalia.

Além de evitar a “corda no pescoço”, o planejamento pode significar economia. Isso porque o governo costuma ofertar descontos progressivos para quem paga taxa única ou em poucas parcelas. Já se a opção for por dividir ao longo do ano, paga-se o valor fechado. “A cota única do IPTU de Maceió, por exemplo, tem desconto de 10%. Em Marechal Deodoro, esse desconto chega a 30%. Então, se a pessoa tiver como pagar nessas condições, pode economizar mais de 100 reais, a depender do valor integral. Aparentemente pode ser pouco, mas some o desconto de 10% de uma conta ou de outra ao logo do ano e perceberá que vale a pena, principalmente considerando o crescimento lento da economia”, observa.

DADOS

De acordo com a pesquisa do Instituto Fecomércio AL, houve aumento de 3,43% no número de consumidores com dívidas em atraso, passando a 85 mil pessoas nessa situação. Em contrapartida, houve redução de 15,44% no número de 

inadimplentes, totalizando 43 mil pessoas. Em termos anuais, a tendência se repete: aumento no número daqueles que atrasam contas (15,95%) e redução no número de endividados (-15,78%).

Dos que fizeram novas dívidas, 85,1% usaram o cartão de crédito; 10,7% contraíram dívidas no crediário; e 7,5% por meio de outro tipo de financiamento. “Fato relevante da análise é perceber a preocupação do cidadão em sair da inadimplência. Embora estejam atrasando contas, a maioria da população tem se esforçado para sair da situação e voltar a possuir crédito no mercado”, avalia Felippe.

Dentre os 83 mil que estão atrasando contas, para 41,6% existe outro membro que mora em sua residência na mesma situação. Outros 58,2% não possuem familiar passando pela mesma dificuldade. Ainda no grupo daqueles que atrasam suas dívidas, o tempo médio sem pagamento chega a 79,5 dias.

Na situação de inadimplência, entre os 43 mil que estão passando por esse momento, apenas 4,8% indicaram que terão condições de saírem integralmente dessa situação já em fevereiro. Cerca de 16,3% informaram que sairão parcialmente, ou seja, que irão renegociar a dívida. E, cerca de 50,8% permanecerão na mesma situação. O percentual daqueles que “não sabem” ou “não respondeu” foi de 28,1%.

No geral, dentre os 205 mil endividados, o tempo em que um consumidor tem mantido uma dívida, em média, já chega a 6 meses. E, o nível de comprometimento da renda com algum empréstimo, financiamento ou outro instrumento financeiro, em média, já é de 28,8%.