Economia

Bolsa despenca mais de 5% com riscos do coronavírus sobre a economia

O índice reflete as fortes quedas dos mercados globais nos últimos dias, devido ao aumento de casos do coronavírus fora da China.

Por FolhaPress 26/02/2020 15h03
Bolsa despenca mais de 5% com riscos do coronavírus sobre a economia
Ações caíram quase 4% após pedido judicial do MPE e Defensoria Pública - Foto: Reprodução/UOL Economia

A Bolsa brasileira voltou do feriado de Carnaval com forte queda. Logo na abertura, o Ibovespa despencou 5%, a 107.537 pontos nesta quarta-feira (26), menor patamar desde novembro.

A queda é a maior desde o Joesley Day, quando a Bolsa caiu 8,8% após divulgação de uma gravação comprometedora entre o presidente e o empresário Joesley Batista, em maio de 2017.

O índice reflete as fortes quedas dos mercados globais nos últimos dias, devido ao aumento de casos do coronavírus fora da China, especialmente na região mais industrializada da Itália. Cresce a percepção de que o crescimento da economia global pode ser menor que o esperado para este ano.

Passada meia hora da abertura das negociações no Brasil, a retração havia se estabilizado na casa de 4,9%. Foram negociados R$ 3,3 bilhões nos 30 primeiros minutos do pregão.

Desde segunda (24), enquanto as negociações brasileiras permaneceram paralisadas, o fundo de índice (ETF) que replica o Ibovespa em dólar (iShares MSCI Brazil) recuou 6,4% na Bolsa de Nova York.

Os recibos de ações (ADRs) de Petrobras e Vale negociados em Nova York caíram 8,8% e 10%, respectivamente, entre segunda (24) e terça (25). Os ADRs da Gerdau acumulam queda de 8,6%, e os do Bradesco, de 5% .?

Por volta das 13h36, as ações preferenciais da Petrobras (mais negociadas) caem 6,8%, a R$ 27,16. As ações ordinárias (com direito ao voto) recuam 7,5%, a R$ 28,53.

Vale cai 6,8%, a R$ 27,15 e Gerdau cai 5,7%, a R$ 18. Ações ordinárias do Bradesco caem 4,7%, a R$ 28.

A maior queda é da companhia aérea Azul, cujas ações despencam 9,5%, a R$ 50,52. As da Gol caem 7,4%, a R$ 31,32.

A cotação do dólar sobe 1,22%, a R$ 4,447 por volta das 14h10. Na máxima, chegou a R$ 4,429, maior valor nominal (sem contar a inflação) registrado durante um pregão. O real é a moeda que mais se desvaloriza dentre as principais divisas nesta quarta.

A valorização reflete o temor de investidores aos impactos econômicos do coronavírus. Nos últimos dias, a doença se alastrou pela Europa, em especial, na Itália. Na terça (25), foi confirmado o primeiro caso no Brasil.

Para conter a alta do dólar, o Banco Central (BC) anunciou leilão extraordinário de 10 mil contratos de swap cambial nesta quarta, das 13h30 às 13h40, que totalizam US$ 500 milhões. Na quinta (26) serão ofertados 20 mil contratos das 9h30 às 9h40, que equivalem a US$ 1 bilhão.

Na prática, a operação promove o aumento da oferta da moeda, já que o BC oferece contratos que remuneram o investidor pela variação cambial, o que ajuda a reduzir o preço do dólar.

No exterior, as Bolsas dos Estados Unidos e da Europa operam em alta após dois dias de fortes quedas. Dow Jones sobe 1,3%, S&P 500, 1,5% e Nasdaq, 1,6%. O índice Stoxx 50, que reúne as maiores empresas da Europa, opera estável. Londres sobe 0,3% e Itália, 1,4%.