Economia

Percentual de endividados cai, mas inadimplência aumenta em fevereiro

O cartão de crédito se mantém como o principal tipo de dívida, mencionado por 78,6% das famílias endividadas

Por Estadão Conteúdo 02/03/2020 14h02
Percentual de endividados cai, mas inadimplência aumenta em fevereiro
Inadimplência pode ser reduzida nas compras pagas com cartões de crédito - Foto: Arquivo Agência Brasil

A quantidade de famílias endividas caiu pelo segundo mês consecutivo. Entretanto, acordo com dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a taxa de inadimplentes aumentou chegando a 24,1% em fevereiro.

O total de famílias endividadas saiu de 65,3% em janeiro para 65,1% em fevereiro de 2020. Para o levantamento são consideradas as contas a pagar em cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, empréstimo pessoal, prestação de carro e seguro.

Embora os dados mostrem queda no último mês, há uma alta em relação a fevereiro de 2019, quando os endividados somavam 61,5% do total de famílias, dentro da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic).

Já a proporção de famílias com contas em atraso aumentou de 23,8%  para 24,1% em fevereiro. Além disso, a fatia de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso também teve elevação, chegando a 9,7% em fevereiro.

Segundo a CNC, a elevação no endividamento geral das famílias é uma consequência de aquecimento do consumo, sem indicar, necessariamente, um movimento negativo. “A capacidade de pagamento é influenciada pela sazonalidade observada no primeiro trimestre, com gastos adicionais com impostos e taxas, matrícula e material escolar, além de reajustes de tarifas e serviços, o que implica um número maior de famílias que pode encontrar dificuldades para pagar as contas em dia nesse período”, justificou Izis Ferreira, economista da CNC responsável pela pesquisa, em nota oficial.

O cartão de crédito se mantém como o principal tipo de dívida, mencionado por 78,6% das famílias endividadas, seguido por carnês (15,9%) e financiamento de veículos (10,7%).