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Sobrevivente da Chacina do Benfica é um dos condenados por crime de racismo contra Maju Coutinho

Ele é um dos responsáveis por manter perfis falsos em redes sociais usados para acessar a página da emissora e proferir injúrias contra a jornalista

Por Estadão Conteúdo 10/03/2020 14h02
Sobrevivente da Chacina do Benfica é um dos condenados por crime de racismo contra Maju Coutinho
No Twitter, a jornalista agradeceu a oportunidade de apresentar o Jornal Hoje - Foto: Reprodução

Um dos homens condenados por crimes de racismo e injúria racial contra a jornalista Maju Coutinho, da Rede Globo, é um sobrevivente da Chacina do Benfica, ocorrida em Fortaleza em 2018. Rogério Wagner Castor Sales está entre os três feridos que sobreviveram à chacina. Sete pessoas morreram no crime. 

Ele é um dos responsáveis por manter perfis falsos em redes sociais usados para acessar a página da emissora e proferir injúrias contra a jornalista, referindo-se a sua etnia e cor. O caso aconteceu em 2015. A condenação, determinada pela Justiça de São Paulo, foi divulgada nesta terça-feira (10). 

Além de Rogério Wagner, Erico Monteiro dos Santos também foi condenado. Os dois também vão responder por corrupção de menores por terem induzido três adolescentes à prática do mesmo crime. 

A decisão foi assinada pelo juiz Eduardo Pereira dos Santos Júnior, da 5ª Vara Criminal da Comarca da Capital. Nela, o juiz afirmou que "os réus, deveras, incitaram e induziram a discriminação e o preconceito de raça e cor". 

 "O ataque racista, desse modo, não estaria restrito a um gueto ou ao submundo da internet no qual transitavam os acusados. Ao atacar figura pública emblemática, os réus visavam - e de alguma forma obtiveram - ampla repercussão de suas mensagens segregacionistas", escreveu o juiz. 

As penas variam de cinco a seis anos de reclusão em regime semiaberto e aplicação de multa. 

Outros dois réus, Kaíque Batista e Luis Carlos Félix de Araújo, foram absolvidos por insuficiência de provas. 

CHACINA DO BENFICA

A série de ataques ocorreu na noite de 9 de março de 2018, em dois pontos do Bairro Benfica. Um deles a Praça da Gentilândia, ponto de encontro de universitários que estudam no entorno. O outro, próximo à sede da Torcida Uniformizada do Fortaleza (TUF), onde estava Rogério Wagner.